São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Medida vai desengavetar projetos, diz indústria

DANILO VILELA BANDEIRA
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A maioria dos setores beneficiados pelas desonerações reagiu positivamente ao anúncio das bondades fiscais. Enquanto fabricantes de navios, computadores e máquinas saudaram as medidas, apenas a indústria de turbinas eólicas manifestou insatisfação com os incentivos, considerados tímidos.
Agraciados com a prorrogação até 2014 da isenção de PIS/Cofins, os fabricantes de computadores comemoraram -e esperam fechar 2009 com 12 milhões de unidades vendidas, três vezes o volume de 2005, ano em que o benefício começou a vigorar.
Para Humberto Barbato, presidente da Abinee (associação da indústria de eletrônicos), a extensão já era esperada. "O volume de computadores vendidos no mercado informal, que girava em torno de 60% do total, caiu para uma faixa de 30% com a isenção. Isso diminuiu os preços e melhorou a arrecadação do governo", afirma.
Os fabricantes de máquinas, segmento que é termômetro da economia, dizem que o governo atendeu as principais propostas do setor. Para José Velloso, vice-presidente da Abimaq (entidade que reúne os fabricantes de máquinas), a prorrogação dos juros reduzidos para a compra de máquinas e a isenção do IPI permitirão que o setor produtivo continue a "desengavetar" projetos de investimentos paralisados durante a crise.
"O setor de bens de capital sofreu queda de 22% no faturamento de janeiro a outubro porque as empresas pararam de investir. Não sabemos até que ponto, mas acredito que esse quadro comece a se reverter agora", diz Velloso.
A indústria naval também aprovou a confirmação de crédito de R$ 15 bilhões para navios e estaleiros. Para o Sinaval (sindicato do setor), a medida "confirma a prioridade que esse mercado está merecendo no esforço de geração de empregos e de desenvolvimento".

Insatisfeitos
No contrafluxo, o presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Lauro Fiuza, crê que a isenção do IPI concedida às turbinas de energia eólica não basta para colocar o setor em pé de igualdade com as hidrelétricas.
"A carga tributária do setor é de 30%. Se toda a cadeia fosse desonerada, o custo de produção de energia seria igual ao da hidrelétrica", diz Fiuza.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) engrossou o coro dos descontentes. Em nota à imprensa, a entidade declarou que faltaram "exigências explícitas de contrapartidas sociais" aos empresários beneficiados pelas isenções.


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