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Medida vai desengavetar projetos, diz indústria
DANILO VILELA BANDEIRA
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A maioria dos setores beneficiados pelas desonerações reagiu positivamente ao anúncio
das bondades fiscais. Enquanto
fabricantes de navios, computadores e máquinas saudaram
as medidas, apenas a indústria
de turbinas eólicas manifestou
insatisfação com os incentivos,
considerados tímidos.
Agraciados com a prorrogação até 2014 da isenção de
PIS/Cofins, os fabricantes de
computadores comemoraram
-e esperam fechar 2009 com
12 milhões de unidades vendidas, três vezes o volume de
2005, ano em que o benefício
começou a vigorar.
Para Humberto Barbato,
presidente da Abinee (associação da indústria de eletrônicos), a extensão já era esperada.
"O volume de computadores
vendidos no mercado informal,
que girava em torno de 60% do
total, caiu para uma faixa de
30% com a isenção. Isso diminuiu os preços e melhorou a arrecadação do governo", afirma.
Os fabricantes de máquinas,
segmento que é termômetro da
economia, dizem que o governo
atendeu as principais propostas do setor. Para José Velloso,
vice-presidente da Abimaq (entidade que reúne os fabricantes
de máquinas), a prorrogação
dos juros reduzidos para a compra de máquinas e a isenção do
IPI permitirão que o setor produtivo continue a "desengavetar" projetos de investimentos
paralisados durante a crise.
"O setor de bens de capital
sofreu queda de 22% no faturamento de janeiro a outubro
porque as empresas pararam
de investir. Não sabemos até
que ponto, mas acredito que esse quadro comece a se reverter
agora", diz Velloso.
A indústria naval também
aprovou a confirmação de crédito de R$ 15 bilhões para navios e estaleiros. Para o Sinaval
(sindicato do setor), a medida
"confirma a prioridade que esse mercado está merecendo no
esforço de geração de empregos e de desenvolvimento".
Insatisfeitos
No contrafluxo, o presidente
da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Lauro Fiuza, crê que a isenção do
IPI concedida às turbinas de
energia eólica não basta para
colocar o setor em pé de igualdade com as hidrelétricas.
"A carga tributária do setor é
de 30%. Se toda a cadeia fosse
desonerada, o custo de produção de energia seria igual ao da
hidrelétrica", diz Fiuza.
A CUT (Central Única dos
Trabalhadores) engrossou o
coro dos descontentes. Em nota à imprensa, a entidade declarou que faltaram "exigências
explícitas de contrapartidas sociais" aos empresários beneficiados pelas isenções.
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