da Reportagem Local

O acordo anunciado ontem entre a Volkswagen e os representantes dos trabalhadores da empresa para evitar a demissão de 7.500 funcionários prevê o desligamento de aposentados a partir de dezembro do próximo ano.
Cerca de 3.000 empregados já são aposentados por tempo de serviço ou têm direito a aposentadoria.
A partir de dezembro de 99, os aposentados que já tenham completado 36 meses após a obtenção da aposentadoria serão desligados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, cerca de 1.300 trabalhadores aposentados poderão ser demitidos após a data.
O acordo também prevê programas de demissão voluntária anuais pelos próximos cinco anos.
A Volkswagen não revela quantos funcionários pretende cortar com as demissões voluntárias e com o corte de aposentados.
O acordo foi anunciado ontem pelo vice-presidente de Recursos Humanos da Volkswagen, Fernando Tadeu Perez, e por sindicalistas do ABC e de Taubaté. Ele será submetido aos trabalhadores hoje em assembléia.
A jornada será reduzida de cinco dias por semana para quatro dias, durante três semanas por mês. Na quarta semana, os funcionários trabalham cinco dias. Os trabalhadores que ganham mais de R$ 2.416 por mês (cerca de 13% do total) terão o salário reduzido em 15%. Quem ganha menos desse valor continua recebendo integral.
Para compensar a redução de salários, os trabalhadores receberão em 12 parcelas o reajuste salarial de 2,98% e os R$ 2.100 de participação nos lucros e resultados. Essas parcelas não serão incorporadas ao salário, a não ser que a produção retorne ao normal.
A empresa estima que os funcionários com salário acima de R$ 2.416 terão queda máxima de rendimento da ordem de 10%. Esses empregados trabalham basicamente no setor administrativo.
O 13º salário do próximo ano e o abono de férias estão garantidos.
Segundo Perez, "o mecanismo encontrado para evitar demissões foi inovador; qualquer um pode mandar funcionários embora".
A Volkswagen irá conseguir em 99 economia de R$ 200 milhões com os cortes, de um gasto com pessoal em torno de R$ 1,1 bilhão. A montadora queria redução de gastos de R$ 390 milhões.
A Volkswagen também se comprometeu a estudar a implementação de uma unidade de pré-montagem de motores em São Bernardo, como forma de estimular a fábrica e gerar novos empregos.
Atualmente, o processo de pré-montagem é feito no México e na Alemanha. (MAURICIO ESPOSITO)



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