São Paulo, quinta, 10 de dezembro de 1998

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POLÍTICA ECONÔMICA
Entidades criticam governo
Fiesp e sindicatos pedem mudanças

da Agência Folha

A Fiesp e as duas principais centrais sindicais do país, Força Sindical e CUT, vão iniciar um movimento para pressionar deputados estaduais e federais por uma mudança na política econômica.
Ontem, o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, se encontrou com sindicalistas para conseguir apoio para esse movimento.
"Queremos fazer Brasília se aproximar do Brasil real", afirmou Piva. "Acreditávamos que o governo iria baixar os juros, mas com o aumento da TJLP, notamos que o governo tem um sentido de urgência contrário ao nosso", disse o presidente da Fiesp.
Segundo ele, é preciso tomar mediadas rápidas como baixar os juros, diminuir a carga tributária e dar acesso ao crédito para que as indústrias voltem a produzir, a economia volte a crescer e o desemprego pare de aumentar.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, apóia o que a Fiesp tem chamado de "pacto pela produção". "A equipe econômica nos parece insensível e o Gustavo Franco se comporta como um coronel da economia", disse o sindicalista se referindo ao presidente do Banco Central. "Brasília está completamente fora da realidade do desemprego. Precisamos sensibilizar esses coronéis da equipe econômica", disse Paulinho. As centrais e a Fiesp vão tentar marcar uma reunião com deputados, estaduais e federais, em São Paulo, para o próximo dia 21.
Paulinho disse que rejeita o cargo de ministro do Trabalho. Ele confirmou que vem sendo sondado para ocupar a pasta. "Algumas pessoas me perguntaram se eu queria fazer parte da equipe do governo, mas prefiro ficar na rua do Carmo, 171, que é o endereço do Sindicato dos Metalúrgicos. Não quero ser ministro".
O presidente da Fiesp defende a criação do Ministério da Produção. "Para nós é fundamental a criação desse ministério", disse.



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