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REPERCUSSÃO
Medida é fenômeno isolado
de Nova York
A dolarização da economia no Equador está sendo vista pelos economistas como um fenômeno isolado e motivado por uma grave crise política, que não deve ter influência sobre outros países da América Latina.
Para os analistas ouvidos pela Folha, os principais efeitos da dolarização devem ser internos e vão depender da confiança da população no governo e na sua capacidade de administrar a transição ao novo sistema.
"Há dois cenários possíveis", diz Guillermo Calvo, diretor do centro de Economia Internacional da Universidade de Maryland, nos EUA: "O otimista seria a população acreditar no novo sistema e manter suas economias nos bancos. O pessimista seria uma corrida aos bancos, o que seria muito problemático, já que os bancos não têm dinheiro para pagar os depósitos".
Calvo considera a última hipótese mais provável. Por enquanto, os depósitos bancários no Equador estão congelados. Mas, na opinião de Calvo, a corrida aos bancos pode ocorrer assim que eles sejam liberados.
De qualquer maneira, a economia do Equador é considerada muito pouco expressiva para que possa ter efeito sobre outros países. "Num país pequeno assim, dolarizar a economia pode fazer muito sentido, mas não numa situação de crise política e econômica", afirma o professor José Alexandre Scheikman, da Universidade de Princeton.
Nenhum dos dois especialistas acredita que a dolarização possa se transformar numa tendência para outros países da região, embora considerem a medida "uma boa idéia" para alguns países.
(MALU GASPAR)
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