São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001

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NEGÓCIOS

Home Depot estuda vinda

Gigante da construção pode entrar no Brasil

ADRIANA MATTOS
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Home Depot, uma das maiores cadeias mundiais de material de construção e produtos para a casa, que já tem um pé na Argentina desde o ano passado, está agora de olho no Brasil.
A rede norte-americana, que entrou no país vizinho por meio da compra do Sam's Club, clube de compras do Wal-Mart, o maior varejista dos Estados Unidos, quer fazer o mesmo por aqui.
A Folha apurou que as negociações entre as duas gigantes do varejo mundial estão em fase adiantada. Uma das questões que tomam tempo nas conversas ainda é a adaptação das lojas do Sam's Club ao modelo da Home Depot. A Wal-Mart informa, por meio de sua assessoria, que não comenta "rumores de mercado".
Alguns de seus pontos na Argentina e EUA têm mais de 35 mil itens. Neles, o cliente pode encontrar desde revestimentos para pisos e paredes até produtos para decoração. Há especialistas que orientam os consumidores como fazer seus projetos arquitetônicos e há lojas de até três andares.
O Sam's Club, controlado pela Wal-Mart, com faturamento de R$ 956 milhões em 99, tem oito lojas no Brasil. No ano passado inaugurou três pontos. Comenta-se no mercado que o modelo do Sam's Club, que atende às famílias que fazem grandes compras, além de empresas que compram grandes volumes, não obteve o sucesso esperado.
Don Bland, presidente da Wal-Mart argentina, que negociou as vendas das lojas do Sam's Club local para a Home Depot, já havia dito à imprensa no ano passado que esse modelo não estava tendo bons resultados. Isso em algumas partes do mundo, especialmente América Latina, disse.
Já a rede Wal-Mart, depois de um começo difícil, quando chegou até a ser acusada pelos empresários nacionais de praticar dumping -venda a preço abaixo do custo-, parece que vai bem.
Mas o fato é que, como a empresa é de capital fechado e, portanto, não tem a obrigação de publicar balanço, o mercado não conhece sua real situação financeira.
O interesse da Home Depot pelo mercado brasileiro é antigo. A cadeia norte-americana assistiu à reestruturação do setor no país nos últimos três anos e teria chegado a cogitar a possibilidade de entrar no Brasil em 99.
De 98 a 2000, o mercado sofreu vários altos e baixos: a rede Uemura pediu concordata, a Madeirense passou para as mãos do ex-dono do banco Real, Aluísio Farias, e a francesa Leroy Merlin entrou no país com plano de faturar até R$ 50 milhões por loja.
Enquanto isso, em outros países, a Home Depot já havia mostrado sua força. A companhia, que faturou US$ 11,5 bilhões até setembro de 2000, comprou três lojas do Sam's Club na Argentina no ano passado. No Chile, a previsão era abrir quatro lojas em 24 meses, a partir de março de 2000.


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