São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Consumidor procura geladeira e leva panela

DA REPORTAGEM LOCAL

O Procon alerta que o consumidor deve ser cuidadoso na hora de correr para uma liquidação. Deve ter claro que nem todos os produtos têm grandes descontos, como os anúncios dão a entender. Deve também denunciar a loja se achar que está sendo enganado.
A rede Magazine Luiza, com 97 lojas, realizou no último sábado a sua tradicional liquidação. Das 5h às 11h, a empresa faturou R$ 11,5 milhões, com a venda de cerca de 180 mil itens, equivalente a quatro ou cinco dias de vendas.
Quem foi até lá achando que o preço da geladeira caiu 70% ficou frustrado. Um dos produtos que tiveram esse desconto foi, por exemplo, uma panela de pressão, de R$ 29,90 por R$ 8,70.
A redução de preços dos eletrodomésticos foi menor. No caso de um refrigerador, de 37%, de uma lavadora de roupa, de 26%, e de um televisor, de 20%. A promoção valeu apenas para os produtos expostos nas lojas. A rede já fez a reposição dos estoques.
"A megaliquidação do Magazine Luiza é feita há oito anos para atrair consumidores e renovar o mostruário das lojas", diz Eldo Moreno, diretor comercial.
Segundo ele, em lojas de Campinas (SP), clientes já estavam na fila no dia 2 de janeiro, quatro dias antes do evento, o que mostra que a redução de preços da loja é realmente significativa.
As redes Eletro e Extra, do grupo Pão de Açúcar, também fizeram liquidação, de 26 de dezembro a 6 de janeiro, com anúncios de descontos de até 70%. No caso do Extra, essa redução de preços foi dada na linha de vestuário.
O preço de uma sunga infantil caiu de R$ 9,90 para R$ 2,90. O desconto na compra de um refrigerador já foi menor, de 20%.
O grupo ainda não tem levantamento sobre o resultado da liquidação. A previsão da rede Eletro era de um crescimento de 25% no volume de vendas em relação ao mesmo evento do ano anterior.
Heron do Carmo, coordenador do IPC da Fipe, diz que as liquidações de um dia dão idéia de que são mais reais, são para queimar o estoque que, se for alto, pode resultar em prejuízo.
Ele compara algumas liquidações de verão com as do final de feira. É melhor o feirante vender mais barato o que sobrou no dia do que colocar frutas e verduras no caminhão e perder tudo, pois os produtos são perecíveis. "As coleções de verão e inverno também têm o seu tempo."
As liquidações também podem ser utilizadas como pura jogada de marketing. A Harrod's, rede inglesa, mantém há anos uma megaliquidação no dia 1º de janeiro. "A redução de preços deve ser real. Mas não dá para manter esse evento durante dias", diz Carmo.

Liquida São Paulo
A Alshop, associação que reúne lojistas de shoppings, vai promover a sua liquidação de 9 a 18 de fevereiro. Cerca de 6.000 lojas, de aproximadamente 30 shoppings, participarão do evento.
Os lojistas prometem descontos de até 60% nas suas peças. "A campanha acaba com os estoques e dá fôlego para o lojista comprar a nova coleção", diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. (FF)


Texto Anterior: Varejo: Empresas fazem liquidações enganosas
Próximo Texto: Negócios: Gigante da construção pode entrar no Brasil
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.