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REPERCUSSÃO
Novas regras não afastam investidor
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A mudança das regras do setor
de energia elétrica não vai afastar
novos investidores do país. Essa é
a opinião do ex-diretor-geral da
ANP (Agência Nacional do Petróleo), David Zylbersztajn, na época
um dos articuladores do plano de
racionamento do governo federal.
Para ele, a regulamentação que
estava em vigor não funcionava, o
que deixava o setor num "marasmo". Por isso, ele elogiou a atitude
do governo de mudá-las. "O pior
cenário para o investidor é ter regras que não funcionam. É o pior
dos mundos", diz.
A falta de uma regulação clara,
afirma, afasta mais os investidores do que a possibilidade de o governo não começar a liberar as tarifas a partir de 2003. "O governo
precisava fazer alguma coisa. E é
louvável que tenha feito."
A opinião de Zylbersztajn é
compartilhada pelo presidente da
Vale do Rio Doce, Roger Agnelli.
Para Agnelli, havia um desequilíbrio entre oferta e demanda de
energia que não estava sendo
equacionado pelas regras antigas.
"Alguma coisa tinha de ser feita."
Agnelli disse que a Vale vai
manter todos os seus projetos de
construção de usinas hidrelétricas
e continuará analisando novas
oportunidades no setor.
A empresa consome cerca de
4% de toda a energia gerada no
país. O interesse da Vale, afirma, é
tanto produzir energia para consumo próprio como vendê-la no
mercado livre.
O presidente da Light, Michel
Gillard, considerou positiva a extinção do MAE (Mercado Atacadista de Energia), uma das medidas do governo. Para ele, o mercado não funcionava e tinha de acabar. Na sua avaliação, as decisões
do governo estão no caminho
correto, pois o investidor quer regras claras.
Gasolina
David Zylbersztajn acredita que
o preço da gasolina vai cair mais.
Ele não quis arriscar, entretanto,
se chegará aos 20% estimados pelo governo.
Zylbersztajn prevê que daqui a
três ou quatro meses o mercado
irá se acomodar naturalmente. "A
própria concorrência vai se encarregar de reduzir o preço."
Mas ele alerta que o governo federal tem de ficar atento para evitar a formação de cartéis entre os
postos, que podem impedir a redução de preços.
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