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DINHEIRO NOVO
Resultado é o melhor desde abril, quando crédito escasseou para o país; Gerdau e Petrobras planejam lançar títulos
Bancos captam US$ 875 milhões na semana
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis bancos brasileiros -Bradesco, Itaú, Unibanco, ABN Amro, Safra e Votorantim- encerram a semana com a captação de
US$ 875 milhões no mercado externo, por meio de eurobônus.
Foi a maior safra de recursos
obtidos lá fora por bancos locais
desde abril, quando o mercado
internacional de crédito começou
a fechar para o país.
Em dezembro, quatro bancos
-Votorantim, Itaú, Bradesco, e
BBA- haviam conseguido colocar US$ 525 milhões em eurobônus, mas a taxas maiores e prazos
menores do que os obtidos agora.
A receptividade às colocações
dos bancos deve abrir espaço para
novas captações, segundo o diretor sênior do Itaú, Paulo Soares.
A Folha apurou que empresas
como Basf, Gerdau, Petrobras e
Cemig estudam abrir novas captações no mercado externo. Importantes bancos foram consultados para montar as operações.
Os negócios fechados nos últimos dias quebraram vários paradigmas do período pós-eleitoral.
O Bradesco fez a maior captação,
de US$ 250 milhões, na segunda-feira. Até dezembro, a maior colocação fora do próprio banco, com
US$ 175 milhões.
Já o Itaú, com uma emissão de
US$ 125 milhões encerrada ontem, obteve a menor taxa, 6,25%,
para um prazo de 11 meses -superior aos seis meses que vinham
sendo praticados em dezembro.
"Conseguimos o menor custo das
emissões recentes", diz Soares.
O Unibanco comemora o fato
de ser o primeiro a conseguir captar recursos com vencimento no
próximo ano. "O mais importante é que rompemos a barreira psicológica de dezembro de 2003",
diz Luiz Maurício Jardim, tesoureiro internacional do Unibanco.
A operação, no valor de US$ 100
milhões, encerrada ontem pelo
banco, vence em janeiro de 2004.
Até esta semana, os investidores
internacionais resistiam em comprar títulos brasileiros resgatáveis
no próximo ano. "Em 2004 o novo governo terá mais liberdade
para fazer eventuais mudanças na
política econômica, pois hoje está
preso ao Orçamento e aos compromissos fechados pelo governo
passado", diz Rafael Guedes, diretor da Fitch Ratings.
Para Jardim, do Unibanco, o receio "cedeu lugar ao otimismo"
dos investidores internacionais.
"Estamos tendo um espaço fantástico para o Brasil", diz Soares.
Tanto que o Votorantim, um
banco de menor porte, fechou ontem uma operação de US$ 150 milhões em eurobônus com vencimento em novembro. Pagará juros de 7,25% ao ano.
O banco foi o primeiro a abrir
captação entre as seis instituições
que movimentaram o mercado
nesta semana. "Conseguimos um
volume maior do que o Itaú e o
ABN Amro devido à taxa que oferecemos", diz Milton Egger, diretor-executivo do banco.
Na quinta-feira o ABN anunciou uma captação de US$ 100 milhões, e ontem o Safra também
encerrou uma operação no valor
de US$ 150 milhões.
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