São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 2003

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MERCADO

Na semana, desvalorização da moeda foi de 4,5%

BC obtém sucesso na rolagem de títulos, e dólar cai para R$ 3,30

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

O sucesso da rolagem de 74% dos vencimentos de US$ 1,8 bilhão em títulos de swap cambial que vence na próxima quinta-feira, dia 16, fez com que o dólar fechasse em queda de 0,45%, cotado a R$ 3,30. Na semana, a desvalorização foi de 4,5%.
Esse valor, que já havia sido alcançado na última terça-feira, é o mesmo de setembro, quando a moeda norte-americana entrou em um ritmo de forte alta e atingiu a cotação recorde de R$ 3,99 no dia 10 de outubro.
O risco-país também fechou ontem em baixa, de 2,84%, aos 1.229 pontos.
Segundo investidores, a cotação do dólar já abriu o dia em queda, em função do anúncio do Banco Central feito anteontem de que efetuaria a rolagem da dívida.
O BC efetuou dois leilões, no primeiro rolou 58% dos títulos e depois o restante. A expectativa agora é de que o banco faça nos próximos dias a rolagem do restante da dívida, para aproveitar o otimismo do mercado e já começar a pensar no vencimento de US$ 1,33 bilhão que vence no próximo dia 22.
Segundo Alan Gandelman, da corretora Ágora Sênior, o resultado foi positivo e dentro do esperado, devido à tranquilidade predominante no mercado durante toda a semana.
As captações no exterior feitas por bancos como o Itaú, ABN Amro, Safra e Bradesco, nesta semana, também colaborou para que o dólar caísse. "O fato que amedrontava muitos, que era uma vitória do PT na eleição, acabou se concretizando e, com as medidas do novo governo, as pessoas estão vendo que está indo tudo bem, e os investidores estão voltando", disse Gandelman.
Para ele, com a melhora geral dos indicadores pode ser que as agências de classificação de risco reavaliem positivamente a atual recomendação dada para o Brasil.
Segundo Eduardo Fornazier, do Santos Asset Management, a queda do risco-país faz com que o dólar caia quase automaticamente. Isso porque, com a diminuição das taxas pedidas no exterior para as captações de empresas e bancos brasileiros, as instituições conseguem voltar a captar recursos externos e com isso melhoram o fluxo de moeda estrangeira no país, o que tira a pressão para a alta do dólar.
Além disso, Fornazier afirma que o volume de vencimentos privados em janeiro é menor do que a média observada nos últimos meses, o que também ajuda para que o dólar caia.


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