|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO
Na semana, desvalorização da moeda foi de 4,5%
BC obtém sucesso na rolagem de títulos, e dólar cai para R$ 3,30
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
O sucesso da rolagem de 74%
dos vencimentos de US$ 1,8 bilhão em títulos de swap cambial
que vence na próxima quinta-feira, dia 16, fez com que o dólar fechasse em queda de 0,45%, cotado a R$ 3,30. Na semana, a desvalorização foi de 4,5%.
Esse valor, que já havia sido alcançado na última terça-feira, é o
mesmo de setembro, quando a
moeda norte-americana entrou
em um ritmo de forte alta e atingiu a cotação recorde de R$ 3,99
no dia 10 de outubro.
O risco-país também fechou
ontem em baixa, de 2,84%, aos
1.229 pontos.
Segundo investidores, a cotação
do dólar já abriu o dia em queda,
em função do anúncio do Banco
Central feito anteontem de que
efetuaria a rolagem da dívida.
O BC efetuou dois leilões, no
primeiro rolou 58% dos títulos e
depois o restante. A expectativa
agora é de que o banco faça nos
próximos dias a rolagem do restante da dívida, para aproveitar o
otimismo do mercado e já começar a pensar no vencimento de
US$ 1,33 bilhão que vence no próximo dia 22.
Segundo Alan Gandelman, da
corretora Ágora Sênior, o resultado foi positivo e dentro do esperado, devido à tranquilidade predominante no mercado durante toda a semana.
As captações no exterior feitas
por bancos como o Itaú, ABN
Amro, Safra e Bradesco, nesta semana, também colaborou para
que o dólar caísse. "O fato que
amedrontava muitos, que era
uma vitória do PT na eleição, acabou se concretizando e, com as
medidas do novo governo, as pessoas estão vendo que está indo tudo bem, e os investidores estão
voltando", disse Gandelman.
Para ele, com a melhora geral
dos indicadores pode ser que as
agências de classificação de risco
reavaliem positivamente a atual
recomendação dada para o Brasil.
Segundo Eduardo Fornazier, do
Santos Asset Management, a queda do risco-país faz com que o dólar caia quase automaticamente.
Isso porque, com a diminuição
das taxas pedidas no exterior para
as captações de empresas e bancos brasileiros, as instituições
conseguem voltar a captar recursos externos e com isso melhoram o fluxo de moeda estrangeira
no país, o que tira a pressão para a
alta do dólar.
Além disso, Fornazier afirma
que o volume de vencimentos privados em janeiro é menor do que
a média observada nos últimos
meses, o que também ajuda para
que o dólar caia.
Texto Anterior: Dinheiro novo: Bancos captam US$ 875 milhões na semana Próximo Texto: Comércio exterior: Proex vai destinar R$ 2,4 bilhões ao financiamento de exportadoras Índice
|