São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa atinge 12.242 pontos, o patamar mais alto desde 10 de junho; juros são negociados abaixo da Selic

Bovespa sobe 2,8% e volta ao nível de junho

DA REPORTAGEM LOCAL

Influenciado pelas boas notícias no cenário interno, como a queda da inflação e as captações privadas e pela alta dos mercados internacionais, o Ibovespa fechou em alta de 2,78%, aos 12.242 pontos. Esse é o valor mais alto do índice desde o dia 10 de junho do ano passado.
As taxas de juros também caíram no mercado futuro. O contrato DI (que considera os juros cobrados entre os bancos) que vence no próximo mês fechou em baixa de 0,4%, com taxa anual de 24,94%. Nos contratos com vencimento em abril, os mais negociados ontem, a queda foi de 1,1%.
A importância principal da queda é que os títulos passaram a ser negociados abaixo da Selic (taxa básica de juros), dando um sinal claro por parte dos investidores de que a expectativa é que o Banco Central reduza os juros no curto prazo.
"A melhora do câmbio e a tendência declinante da inflação têm animado os investidores", disse Eduardo Fornazier, da Santos Asset Management.
Segundo Álvaro Bandeira, da Ágora Senior, para que a Bolsa absorva melhor a realização de lucros devido a alta e oscile menos, é necessário que o volume cresça.
"Mas devagar os investidores externos estão voltando, o que pode acontecer também com os investimentos diretos na economia e com isso recuperarmos um pouco do que saiu no ano passado", afirmou Bandeira.
Pelo menos por enquanto, os investidores procuram na Bovespa opções de investimentos que foram muito depreciados nos últimos meses. Devido a isso, setores como energia e telecomunicações têm tido fortes altas na Bolsa.
O papel PNB da Eletrobras, por exemplo, subiu 7,7%, a maior alta do dia. No mesmo ritmo vieram a ação ordinária (com direito a voto) da empresa, que se valorizou em 7,3%, seguida pela preferencial da Cemig, que subiu 7%.
No atual ritmo de melhora da Bovespa, as ações que mais têm sofrido quedas são as de empresas exportadoras. Ontem, por exemplo, das dez ações mais negociadas durante o dia a única que fechou em baixa foi a Vale do Rio Doce PNA, que caiu 2,69%.
A maior baixa do dia ficou com a AmBev PN que, segundo analistas, é uma empresa que está "muito cara" em relação a outros papéis que, por terem caído muito, têm um potencial de alta maior.
(GEORGIA CARAPETKOV)


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