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MERCADO FINANCEIRO
Bolsa atinge 12.242 pontos, o patamar mais alto desde 10 de junho; juros são negociados abaixo da Selic
Bovespa sobe 2,8% e volta ao nível de junho
DA REPORTAGEM LOCAL
Influenciado pelas boas notícias no cenário interno, como a
queda da inflação e as captações
privadas e pela alta dos mercados
internacionais, o Ibovespa fechou
em alta de 2,78%, aos 12.242 pontos. Esse é o valor mais alto do índice desde o dia 10 de junho do
ano passado.
As taxas de juros também caíram no mercado futuro. O contrato DI (que considera os juros
cobrados entre os bancos) que
vence no próximo mês fechou em
baixa de 0,4%, com taxa anual de
24,94%. Nos contratos com vencimento em abril, os mais negociados ontem, a queda foi de 1,1%.
A importância principal da queda é que os títulos passaram a ser
negociados abaixo da Selic (taxa
básica de juros), dando um sinal
claro por parte dos investidores
de que a expectativa é que o Banco Central reduza os juros no curto prazo.
"A melhora do câmbio e a tendência declinante da inflação têm
animado os investidores", disse
Eduardo Fornazier, da Santos Asset Management.
Segundo Álvaro Bandeira, da
Ágora Senior, para que a Bolsa
absorva melhor a realização de lucros devido a alta e oscile menos, é
necessário que o volume cresça.
"Mas devagar os investidores
externos estão voltando, o que
pode acontecer também com os
investimentos diretos na economia e com isso recuperarmos um
pouco do que saiu no ano passado", afirmou Bandeira.
Pelo menos por enquanto, os
investidores procuram na Bovespa opções de investimentos que
foram muito depreciados nos últimos meses. Devido a isso, setores como energia e telecomunicações têm tido fortes altas na Bolsa.
O papel PNB da Eletrobras, por
exemplo, subiu 7,7%, a maior alta
do dia. No mesmo ritmo vieram a
ação ordinária (com direito a voto) da empresa, que se valorizou
em 7,3%, seguida pela preferencial da Cemig, que subiu 7%.
No atual ritmo de melhora da
Bovespa, as ações que mais têm
sofrido quedas são as de empresas
exportadoras. Ontem, por exemplo, das dez ações mais negociadas durante o dia a única que fechou em baixa foi a Vale do Rio
Doce PNA, que caiu 2,69%.
A maior baixa do dia ficou com
a AmBev PN que, segundo analistas, é uma empresa que está "muito cara" em relação a outros papéis que, por terem caído muito,
têm um potencial de alta maior.
(GEORGIA CARAPETKOV)
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