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Entidades estudam processar BC por perda no Santos
DA REPORTAGEM LOCAL
Fundos de pensão que sofreram perdas com aplicações no
Banco Santos, liquidado em
abril do ano passado, estudam
a possibilidade de responsabilizar judicialmente o BC (Banco
Central) pelo ocorrido. Na lista
de quem avalia a possibilidade
está a Funcef, patrocinada pela
Caixa Econômica Federal e terceira maior entidade de previdência complementar do país.
A informação foi dada ontem
pelo diretor de Controladoria
da Funcef, Carlos Alberto Caser, durante reunião de integrantes dos fundos e a imprensa, ocorrida em São Paulo.
O Banco Santos pertencia ao
banqueiro Edemar Cid Ferreira. Foi liquidado pelo BC por
apresentar um rombo de R$ 2,2
bilhões. Edemar e executivos
do banco são réus em ação movida pelo Ministério Público
Federal. Foram acusados pelos
procuradores de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
O Funcef investia no Banco
Santos. Quando a instituição financeira foi à lona, perdeu R$
10 milhões no Santos.
Outra entidade de previdência complementar que pode seguir pelo mesmo caminho é o
Real Grandeza, fundo de pensão de Furnas. Segundo o presidente da entidade, Sérgio
Fontes, advogados foram contratados com a missão de estudar se um processo contra o BC
era uma opção viável.
O Real Grandeza aplicava no
Banco Santos desde 1999 e foi o
fundo de pensão que mais perdeu recursos no Banco Santos
-R$ 151,2 milhões.
O diretor financeiro da Cedae
(Companhia Estadual de Água
e Esgoto do Rio Janeiro),
Eduardo Luís, foi à reunião de
ontem como representante do
Prece, fundo de pensão que
reúne os funcionários de sua
companhia. Ele informou que,
nesse caso, a alternativa de processar o BC já foi levada a cabo.
No ano passado, por meio de
nota à imprensa, o Prece afirmou desconhecer prejuízos
com operações relativas a debêntures do Banco Santos.
A Folha tentou entrar em
contato com o Banco Central,
mas não obteve resposta.
A Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar)
divulgou que as instituições financeiras perderam R$ 1,15 bilhão com a quebra do Santos. O
prejuízo das empresas correspondeu a R$ 967,63 milhões
ante R$ 370,69 dos fundos de
pensão, dos quais R$ 303,03
milhões eram de entidades patrocinadas por estatais.
(JL)
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