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São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Caminho de volta?
Após o desgaste da semana passada, os usineiros querem sair de cena. E já começaram. Os preços do álcool pararam de subir nas usinas e começam a cair neste início de semana. O Cepea, que pesquisa diariamente os preços no setor, diz que "com certeza as altas acabaram e já há alguma retração". Na BM&F, o álcool recuou 1,4% ontem, e o açúcar, 7,3%.

Aposta errada
Muitos usineiros que trocaram a produção de álcool pela de açúcar acabaram fazendo uma aposta errada no mercado. O Brasil exportou 13,4 milhões de toneladas de açúcar no ano passado, 20% mais do que em 2001. Essa concentração, no entanto, derrubou os preços médios da tonelada em 18%.

Menos dólares
As receitas com as exportações em 2001 somaram US$ 2,28 bilhões. Já no ano passado, apesar da evolução do total exportado, essas receitas recuaram para US$ 2,09 bilhões. O preço médio interno do álcool anidro, que no mês passado ficou em R$ 0,92203 por litro nas usinas, dobrou em relação ao de julho. Mesmo se tivesse ficado em R$ 0,80, devido à maior oferta, a alta teria sido de 70%.

"Lágrimas de sangue"
O que mais preocupa o setor atualmente é a redução de 25% para 20% de mistura de álcool na gasolina. É 1,25 bilhão de litros a menos que o mercado tinha garantido, ou seja, 10% da produção nacional. O setor chora "lágrimas de sangue" porque vai demorar para recuperar esse espaço.

Produção
A produção de álcool subiu para 11,15 bilhões de litros nesta safra.


De vento em popa
As exportações agrícolas do agronegócio começaram o mês em ritmo acelerado. Na primeira semana, a média mensal das receitas obtidas com as vendas de carnes cresceram 44% sobre fevereiro de 2002. No mesmo período, as exportações de soja renderam 45% mais, e as de café, 43%.

Gastos menores
Já os gastos com importações estão menores neste ano do que em 2002. Dados do Siscomex mostram reduções de 16% nos gastos com as compras de cereais e de 27% nas de adubos e fertilizantes, conforme os dados da primeira semana deste mês.

Tendência mantida
Os preços pagos aos produtores paulistas voltaram a subir na primeira quadrissemana deste mês. Segundo pesquisa do IEA, a alta média foi de 2,62%, acima do 1,15% de janeiro. Dos 19 produtos analisados pelo IEA, 12 subiram.

Os líderes
Segundo Nelson Martin, coordenador da pesquisa, os principais destaques do período entre os grãos foram feijão (30%) e café (14%). Milho, soja e trigo, líderes de aumentos no final de 2002, estão em queda. As reduções de milho e de soja foram de 7%, enquanto a de trigo ficou em 5%.

Soja no Paraguai
A produção paraguaia de soja deverá atingir 4,2 milhões de toneladas na safra 2002/3. Se esse volume for confirmado, terá evolução de 21% em relação à safra anterior, segundo a Capeco (Chamber of Grain and Oilseed Exporters).

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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