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NOVA ADMINISTRAÇÃO
Novo presidente da instituição diz que agricultores familiares precisam ter acesso a novas tecnologias
Pequeno produtor será o foco da Embrapa
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os agricultores familiares e os
pequenos produtores serão o foco
das atenções da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na gestão de seu novo
presidente, o engenheiro agrônomo Clayton Campanhola, 47.
Ao longo dos próximos quatro
anos -o mandato do presidente
da Embrapa é coincidente com o
do presidente da República-,
Campanhola pretende ampliar o
raio de atuação da instituição. Em
coro com os princípios sociais do
governo, a Embrapa vai voltar os
olhos para o fortalecimento da
agricultura familiar e para o combate da exclusão social no campo.
"Nos últimos anos, a Embrapa
se concentrava nas grandes cadeias do agribusiness. O pequenos agricultor ficava meio de lado", declarou o presidente.
Esse comportamento identificado por Campanhola é fruto da
dificuldade de transferir tecnologia para os produtores de pequeno porte. Segundo ele, para os
grandes produtores -aproximadamente 500 mil- a organização
de workshops e dias de campo são
suficientes para divulgar novas
técnicas rurais.
Já para os pequenos -cerca de
5 milhões- a tarefa é mais árdua,
até porque eles constituem um
grupo heterogêneo. Há desde o
agricultor familiar altamente qualificado, como em áreas do Sul do
país, até os produtores de subsistência, sobretudo no Nordeste.
Para fazer com que os novos
projetos para a pequena agricultura cheguem aos seus destinatários, a empresa pretende estimular arranjos institucionais com
ONGs, com cooperativas de produtores e com o Sebrae, aproveitando que o órgão já possui uma
rede de postos de atendimento
em diversos pontos do Brasil.
Uma das principais ações previstas para os próximos anos é a
difusão de tecnologias para a agricultura orgânica. "Há muitos conhecimentos empíricos dos pequenos produtores que necessitam de validação científica", disse
Campanhola.
Com esse intuito, o presidente
da instituição afirmou que dará
ênfase à criação de soluções para
o combate de problemas fitossanitários e de pragas nos cultivos
orgânicos.
O auxílio para a criação de um
selo nacional de certificação para
produtos da agricultura familiar
produzidos de forma ecológica e
sustentável também está nos planos da empresa.
Com relação à questão dos
transgênicos, a cautela vai nortear
a atuação da Embrapa. Na sua
avaliação, a competência da Embrapa é produzir conhecimento
científico sobre a segurança desses produtos e cada caso deve ser
analisado isoladamente. "É preciso ter certeza de que esses produtos não trazem danos para a saúde
e para o ambiente", disse.
Projeto Cenários
Apesar da atenção dispensada
para a pequena agricultura, os
projetos de grande porte da Embrapa não serão relegados a um
segundo plano. O Projeto Cenários, cujas diretrizes foram lançadas em agosto do ano passado,
tem como objetivo mapear a situação dos setores de pesquisa e
desenvolvimento da agricultura
brasileira pelos próximos 10 anos.
Outro foco é desenhar grandes estratégias para municiar os produtores contra as barreiras protecionistas do mercado internacional.
"O Projeto Cenários vai buscar
criar ou aprimorar novos produtos que tenham aceitação no mercado internacional para contornar as barreiras existentes", afirmou Campanhola.
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