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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Infra-estrutura piora para os mais pobres
O acesso dos brasileiros aos
serviços de infra-estrutura melhorou de maneira geral, mas
piorou sensivelmente nas camadas mais pobres, segundo
estudo que será divulgado hoje
pela Abdib.
Nos quatro serviços analisados (coleta de esgoto, abastecimento de água, energia elétrica
e telefonia), a proporção da camada mais pobre (até três salários mínimos) na fila de espera
pelo atendimento aumentou de
1999 para 2006.
Em 1999, 51% do total de pessoas sem acesso à coleta de esgoto eram pobres. Em 2006, a
proporção se ampliou para
61,9%.
Já em relação às pessoas sem
acesso ao abastecimento de
água, o percentual de pobres na
fila de espera aumentou de
62,9% para 70,6% entre os anos
de 1999 e 2006.
No que diz respeito à energia
elétrica, em 1999 os pobres correspondiam a 82,4% das pessoas sem acesso ao serviço. Essa proporção aumentou para
88,3% em 2006.
No caso da telefonia, o percentual de pobres aumentou de
54,5% para 84% em relação ao
total sem acesso ao serviço.
O trabalho foi elaborado com
base em dados do IBGE e classificou, por faixa de renda,
quem tinha e quem não tinha
acesso aos serviços de infra-estrutura em 1999 e 2006.
O estudo detectou que a coleta de esgoto é, de longe, o serviço menos universal. Em 2006,
95,6 milhões de pessoas não tinham acesso adequado à coleta
de dejetos, o correspondente a
51,3% da população. Em 1999, o
atendimento adequado à coleta
de esgoto não chegava a 56,5%.
De acordo com a Abdib, esse
pouco investimento na coleta
de esgoto é, em boa parte, resultado de quase duas décadas
de inexistência de uma lei que
norteasse, com clareza, a aplicação de recursos na expansão
da rede de coleta.
Já o acesso à eletricidade é o
serviço mais próximo da universalização. Em 2006, apenas
5 milhões de pessoas estavam
na fila de espera para obter
energia elétrica, o equivalente a
2,7% dos brasileiros.
O setor no qual o acesso foi
mais rapidamente expandido
foi o da telefonia, fruto da privatização. Em 1999, 102,3 milhões de pessoas, ou 64,1% da
população, não tinham telefone. Sete anos depois, o total de
desatendidos caiu para 47,9 milhões, ou 25,7% da população.
Segundo Paulo Godoy, presidente da Abdib, o maior desafio
do país é levar o progresso às
regiões mais carentes para aumentar o acesso das camadas
mais pobres a esses serviços.
O caso do atendimento à coleta de esgoto é um exemplo.
Em 1999, de cada 10 brasileiros
na fila por acesso ao serviço, 5,1
eram pobres, contra 6,2 em
2006. Já entre aqueles cuja
renda domiciliar é maior, ocorre o contrário. Em 1999, em cada 10 brasileiros sem coleta de
esgoto, apenas 1 tinha renda superior a dez salários mínimos.
Em 2006, a participação se resumiu a 0,5.
A Abdib traz ainda um conjunto de propostas para a formulação de políticas públicas
visando à expansão do atendimento aos mais pobres. Entre
elas, a redução da carga tributária incidente sobre os serviços,
incentivos fiscais sobre os investimentos, subsídios cruzados e privatização.
Nova regra alavanca consignado
As novas regras para o consignado, oficializadas na primeira semana do ano para aposentados e pensionistas, vão incrementar a modalidade de
crédito, segundo estudo da Serasa. O trabalho mostra o comportamento do crédito consignado concedido aos aposentados e pensionistas do INSS.
Com a redução de 30% para
20% da renda mensal dos segurados que pode ser comprometida com as prestações, o tomador ficará mais protegido de
um excessivo endividamento,
segundo Marcos Abreu, coordenador de estudos da Serasa.
Os 10% restantes de limite de
comprometimento só poderão
ser tomados na modalidade
cartão de crédito consignado. O
governo também ampliou de
36 para 60 meses o prazo máximo dos empréstimos, entre outras mudanças.
Segundo o estudo da Serasa,
com base em dados do Ministério da Previdência e do Banco
Central, o volume de crédito
consignado representa hoje
57,3% de todo crédito pessoal
oferecido pelas instituições financeiras no Brasil.
"Desde a implementação, em
2004, mais de R$ 30,6 bilhões
já foram contratados", diz
Abreu. O número de operações
supera 23,6 milhões e 8,99 milhões de pessoas recorreram
aos empréstimos. Na separação por região, em dezembro, a
distribuição dos aposentados e
pensionistas, que fizeram o
empréstimo, concentra 43,2%
no Sudeste.
EXPANSÃO
NO CARDÁPIO
A rede Giraffas acaba de
lançar o seu plano de expansão para este ano, a "franquia econômica". O programa incentiva o já franqueado a abrir uma segunda loja
da rede sem a cobrança de
"royalties" pelo período de
um ano e isenção total da taxa de franquia. O objetivo é
chegar ao final do ano com
mais de 300 lojas -hoje são
260. A preferência será dada
para os restaurantes de rua.
Além disso, a rede implanta
um número único nacional
para seu serviço de entrega.
Em Brasília, as vendas feitas
pelo telefone já representam
30% do faturamento da rede. O foco de ação será o Rio
de Janeiro e São Paulo. O
"delivery" de São Paulo está
no patamar de 5% das vendas totais no Estado, no Rio
de Janeiro chega a 10%. A
expectativa é elevar ainda
mais esses índices, segundo
a rede.
ENGENHARIA
Joseph Stiglitz, ex-chefe
do Bird e Nobel de Economia de 2001, vem ao país em
dezembro para participar do
World Engineer's Convention, realizado pelo Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.
CARTA
O Sinicon (sindicato da indústria da construção pesada) tem questionado, em
cartas ao DNIT, o convite do
Governo ao Exército para
execução de obras de infra-estrutura previstas, inclusive, nos projetos do PAC.
SÃO PAULO
Segundo levantamento do
movimento Nossa São Paulo, 26% dos paulistanos têm
renda familiar acima de cinco salários mínimos e 36%
da população da capital fez
até o ensino médio. Oded
Grajew apresenta, quarta, o
estudo completo, no Conselho Superior de Estudos Políticos da Fecomercio.
NA REDE
Para garantir o pagamento do direito autoral pelo uso
de músicas feito por usuários de rede de lojas, como é
o caso das franquias, o Ecad
criou o "contrato de rede".
Por meio dele, o pagamento
de diversas filiais de uma
mesma rede pode ser feito
através de um único boleto
bancário.
TROFÉU
Rodolfo Hrosz, presidente da Heineken para América Latina, que patrocina a chegada da Taça da Liga dos Campeões da Uefa, que será exposta no Jockey Club de São Paulo e do Rio
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