|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsas têm forte queda em meio a incertezas sobre pacote
Dow Jones perde mais de 4%, e Bovespa recua 2,1%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O tão esperado pacote de ajuda ao debilitado setor financeiro norte-americano não foi
bem recebido pelo mercado.
Em Wall Street, as ações despencaram: o índice Dow Jones
fechou com depreciação de
4,62%. A Nasdaq caiu 4,20%.
A Bovespa não se isolou do
mau humor externo, mas teve
resultado menos desanimador,
ao recuar 2,12%.
A falta de detalhes sobre o
fundo de socorro às instituições financeiras, anunciado
ontem pelo Tesouro dos EUA,
foi apontada como o ponto que
mais desagradou aos investidores. As ações dos bancos, que vinham melhorando seus resultados nos últimos pregões à espera do pacote, encerraram
com elevadas perdas em Wall
Street: Bank of America recuou
18%; Citigroup caiu 15,7%; e
JPMorgan Chase, 7,8%.
Na Bovespa, as ações dos
bancos também caíram, mas de
forma menos intensa. As baixas
para as maiores instituições financeiras ficaram em 3,88%
(Itaú PN), 3,65% (Unibanco
UNT), 2,64% (Bradesco PN) e
1,11% (Banco do Brasil ON).
"O mercado sempre quer
mais informações que as oferecidas pelo governo, sempre há
essa ansiedade. Havia uma expectativa muito grande em torno desse anúncio nas últimas
duas semanas e acabou por não
haver muita novidade", afirma
Alexandre Lintz, estrategista
do banco BNP Paribas.
Na Europa, o dia também foi
de perdas: a Bolsa de Londres
recuou 2,19%, e em Frankfurt
houve baixa de 3,46%.
Outra notícia muito aguardada, a aprovação pelo Senado do
pacote de estímulo econômico
do presidente Barack Obama,
também acabou por não animar os investidores.
O mercado brasileiro sofreu
com a saída de capital externo
da Bolsa ontem, segundo operadores. Neste mês, os investidores estrangeiros vinham demonstrando maior apetite por
ações brasileiras. Até o dia 6, as
compras da categoria superaram as vendas em expressivo
R$ 1,92 bilhão. Desde maio de
2008, o saldo das operações feitas com capital externo na Bovespa não fica positivo.
Nesse clima desfavorável, o
dólar se apreciou diante do
real. A moeda americana registrou alta de 2,10% e terminou o
dia cotada a R$ 2,284. Mesmo
assim, o dólar ainda tem depreciação de 2,14% diante do real
no acumulado do ano.
"A expectativa no mercado
era que o Tesouro explicasse,
desse detalhes do socorro aos
bancos, o que não aconteceu.
Apenas falou-se de forma genérica sobre o fundo que foi criado e muitas incertezas ficaram", diz Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos
da corretora Souza Barros.
Antes do anúncio do pacote
americano, a Bovespa operava
em alta. Na máxima do pregão,
alcançou 1,71% de valorização.
No início da tarde, os ânimos se
alteraram lá fora, e a Bovespa
não conseguiu se manter com
ganhos. No fim do pregão, o índice Ibovespa marcava 41.207
pontos, o que ainda representa
uma alta de 9,74% no ano. No
mês, os ganhos da Bolsa estão
em 4,85%.
Ações em queda
Os papéis do setor de siderurgia e mineração, que têm se
destacado nas últimas semanas, também terminaram no
vermelho. A ação PNA da Vale,
que foi a mais negociada do
pregão, encerrou com baixa de
1,99%. Para Companhia Siderúrgica Nacional ON, a queda
ficou em 3,27%. E Usiminas
PNA recuou 3,43%.
Além do dia desfavorável nas
Bolsas, as ações da Petrobras
acompanharam a queda de 5%
do petróleo em Nova York, que
fechou a US$ 37,55. A ação PN
da Petrobras caiu 1,24%.
Texto Anterior: Europa afirma que pode vetar ajuda do governo francês para as montadoras Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|