São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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Bolsas têm forte queda em meio a incertezas sobre pacote

Dow Jones perde mais de 4%, e Bovespa recua 2,1%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O tão esperado pacote de ajuda ao debilitado setor financeiro norte-americano não foi bem recebido pelo mercado. Em Wall Street, as ações despencaram: o índice Dow Jones fechou com depreciação de 4,62%. A Nasdaq caiu 4,20%.
A Bovespa não se isolou do mau humor externo, mas teve resultado menos desanimador, ao recuar 2,12%.
A falta de detalhes sobre o fundo de socorro às instituições financeiras, anunciado ontem pelo Tesouro dos EUA, foi apontada como o ponto que mais desagradou aos investidores. As ações dos bancos, que vinham melhorando seus resultados nos últimos pregões à espera do pacote, encerraram com elevadas perdas em Wall Street: Bank of America recuou 18%; Citigroup caiu 15,7%; e JPMorgan Chase, 7,8%.
Na Bovespa, as ações dos bancos também caíram, mas de forma menos intensa. As baixas para as maiores instituições financeiras ficaram em 3,88% (Itaú PN), 3,65% (Unibanco UNT), 2,64% (Bradesco PN) e 1,11% (Banco do Brasil ON).
"O mercado sempre quer mais informações que as oferecidas pelo governo, sempre há essa ansiedade. Havia uma expectativa muito grande em torno desse anúncio nas últimas duas semanas e acabou por não haver muita novidade", afirma Alexandre Lintz, estrategista do banco BNP Paribas.
Na Europa, o dia também foi de perdas: a Bolsa de Londres recuou 2,19%, e em Frankfurt houve baixa de 3,46%.
Outra notícia muito aguardada, a aprovação pelo Senado do pacote de estímulo econômico do presidente Barack Obama, também acabou por não animar os investidores.
O mercado brasileiro sofreu com a saída de capital externo da Bolsa ontem, segundo operadores. Neste mês, os investidores estrangeiros vinham demonstrando maior apetite por ações brasileiras. Até o dia 6, as compras da categoria superaram as vendas em expressivo R$ 1,92 bilhão. Desde maio de 2008, o saldo das operações feitas com capital externo na Bovespa não fica positivo.
Nesse clima desfavorável, o dólar se apreciou diante do real. A moeda americana registrou alta de 2,10% e terminou o dia cotada a R$ 2,284. Mesmo assim, o dólar ainda tem depreciação de 2,14% diante do real no acumulado do ano.
"A expectativa no mercado era que o Tesouro explicasse, desse detalhes do socorro aos bancos, o que não aconteceu. Apenas falou-se de forma genérica sobre o fundo que foi criado e muitas incertezas ficaram", diz Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.
Antes do anúncio do pacote americano, a Bovespa operava em alta. Na máxima do pregão, alcançou 1,71% de valorização. No início da tarde, os ânimos se alteraram lá fora, e a Bovespa não conseguiu se manter com ganhos. No fim do pregão, o índice Ibovespa marcava 41.207 pontos, o que ainda representa uma alta de 9,74% no ano. No mês, os ganhos da Bolsa estão em 4,85%.

Ações em queda
Os papéis do setor de siderurgia e mineração, que têm se destacado nas últimas semanas, também terminaram no vermelho. A ação PNA da Vale, que foi a mais negociada do pregão, encerrou com baixa de 1,99%. Para Companhia Siderúrgica Nacional ON, a queda ficou em 3,27%. E Usiminas PNA recuou 3,43%.
Além do dia desfavorável nas Bolsas, as ações da Petrobras acompanharam a queda de 5% do petróleo em Nova York, que fechou a US$ 37,55. A ação PN da Petrobras caiu 1,24%.


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