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Dilma critica demissões "além do que a crise justificaria"
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Fazendo coro ao colega Carlos Lupi (Trabalho), a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil) criticou na noite de anteontem o
que classificou de demissões
"além do que seria justificável"
na esteira da crise. Diante disso, o governo priorizaria agora
investimentos e desonerações
que resultem na manutenção
ou criação de empregos.
Dilma participou de reunião
fechada com integrantes do Diretório Nacional do PT. A versão sobre o que a ministra falou
em seus 40 minutos de discurso foi publicada no site do PT e
dita à Folha por petistas que
participaram do encontro.
Segundo o site do PT, Dilma
reclamou dos cortes "além do
que seria justificável". Participantes da reunião destacaram
que a ministra afirmou que o
Planalto priorizará setores em
que avalie que a ajuda resultará
em um grau maior de manutenção ou criação de vagas. A
assessoria da Casa Civil não
respondeu à Folha até a conclusão desta edição.
Lupi tem defendido que as
desonerações ou financiamentos governamentais tenham
como condicionante a manutenção do emprego. A área econômica do governo, entretanto, vê dificuldades para colocar
isso em prática.
Dilma teria dito que "um governo excepcional aproveita as
oportunidades da crise" e defendeu a opção do governo de
não vender bancos públicos. "A
reação [à crise], nos primeiros
momentos só foi possível porque o governo tinha quatro
bancos [que usou para elevar a
oferta de crédito]."
Ontem, o Diretório Nacional
do PT aprovou resolução em
que defende a atuação do governo em relação à crise, mas
critica a política de juros do
Banco Central. O texto, que
não havia sido divulgado até o
fim desta edição, incluiria
grande parte dos argumentos
usados por Dilma.
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