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Rússia inicia o boicote ao frango dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Rússia iniciou ontem
oficialmente o boicote à importação de frangos dos Estados Unidos. O chanceler
russo, Igor Ivanov, afirmou
que a medida se deve a "problemas técnicos", como o fato de os norte-americanos
não terem enviado documentos sobre os antibióticos
usados nas aves. Mas o mercado considera o boicote
uma represália às sobretaxas
sobre o aço importado
anunciadas no dia 5 deste
mês pelo governo Bush.
Representantes dos Estados Unidos tentarão hoje em
Moscou amenizar o boicote
russo. Mas o vice-ministro
de Agricultura da Rússia,
Serguei Dankvert, avaliou
que as negociações não devem ser fáceis. "Elas não devem ser encerradas em um
ou dois dias."
O boicote da Rússia terá
forte impacto na indústria
de frango dos Estados Unidos. Quase metade da sua
produção anual (de 2 milhões de toneladas) era exportada para os russos. Empresas como a Tyson Foods
trabalhavam da seguinte forma: vendiam no mercado
interno o peito do frango e
enviavam aos russos a coxa e
a sobrecoxa.
Com o boicote, os Estados
Unidos deixarão de exportar
US$ 700 milhões anuais à
Rússia. Já as exportações de
aço dos russos para os norte-americanos em 2001 somaram US$ 500 milhões.
No Brasil, o boicote ao
frango norte-americano é
encarado como excelente
oportunidade para expandir
as exportações da ave. Cerca
de 65% dos negócios da BRF
International Foods, associação da Sadia com a Perdigão, são destinados à Rússia.
A empresa deve faturar US$
180 milhões em 2002.
Com agências internacionais
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