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MERCADO
Maior detentor de ações preferenciais da cervejaria, fundo de pensão já perdeu R$ 600 mi após anúncio de acordo com a Interbrew
Previ ameaça contestar operação da AmBev
DA SUCURSAL DO RIO
A Previ, fundo de pensão dos
empregados do Banco do Brasil,
principal acionista preferencial
(sem direito a voto) da Ambev,
pode entrar com um processo administrativo na CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) questionando a anunciada fusão entre a
cervejaria brasileira e a Interbrew,
da Bélgica.
A Previ é o maior fundo de pensão do Brasil, com patrimônio de
aproximadamente R$ 60 bilhões,
e detém 14,7% das ações preferenciais e 8,89% do capital total da
Ambev.
O foco da fundação dos empregados do BB é a cervejaria canadense Labatt, cujo controle, pelo
que está previsto na negociação,
ficará com a Ambev. Em troca, a
empresa brasileira assumirá dívidas da Interbrew no valor de US$
1,5 bilhão.
O diretor de investimentos da
Previ, Luiz Carlos Aguiar, disse
que o mercado está entendendo
que a Labatt foi superavaliada. Segundo Aguiar, há investidores estrangeiros que possuem ações da
Ambev em carteira ameaçando
também questionar a operação na
SEC (Security Exchange Commission), a CVM dos Estados Unidos.
De acordo com o executivo, tanto a Previ como os demais investidores estão aguardando o laudo
de avaliação da Labatt, feito pelo
Citibank, para saber que decisão
irão tomar.
Mercado mexicano
Um dos aspectos mais questionados pelo dirigente da Previ é o
risco de a Ambev ficar sem um
dos anunciados trunfos da negociação, que é o acesso ao mercado
mexicano por intermédio da cervejaria Femsa (fabricante das
marcas Sol e Tecate), da qual a Interbrew detém 30%. Segundo o
acordo, essa participação passaria
à Ambev.
O problema é que os demais
acionistas da Femsa detêm uma
opção de recompra das ações da
Interbrew. Se a opção for exercida, a Ambev deixará de ficar com
essa participação da Interbrew na
Femsa.
Segundo Aguiar, a participação
da Previ na Ambev já desvalorizou cerca de R$ 600 milhões desde que o negócio foi anunciado,
passando de R$ 2,6 bilhões para
cerca de R$ 2 bilhões.
A Ambev, por intermédio da
sua assessoria de imprensa, informou que não iria responder aos
questionamentos antes que a operação seja submetida à CVM, o
que ocorrerá provavelmente, na
próxima semana. A empresa ressaltou apenas que toda a operação
foi feita de acordo com a Lei das
S.A. (nš 10.303/2001).
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