São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009

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"Mal decolou, o Brasil teve que aterrissar"

DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), disse estar surpreso com a velocidade com que a economia está se deteriorando no país. (TS e DG)

 

FOLHA - Por que o PIB no último trimestre de 2008 caiu tanto?
CARLOS LANGONI
- Havia um consenso de que se verificaria uma queda. Embora fosse difícil dimensionar, os números a respeito da produção industrial em novembro e dezembro -especialmente de bens duráveis, como automóveis- apontavam para uma redução da atividade na faixa de 3% a 4%.

FOLHA - Qual aspecto se destacou mais nessa retração?
LANGONI
- A diminuição do investimento, que vinha como motor da economia especialmente nos últimos dois ou três anos, levando à modernização do parque industrial do país. Cortar o investimento é uma decisão que as empresas tomam rapidamente pela incerteza e pela menor disponibilidade de financiamento, mas que demora mais para ser revertida: os empresários só voltarão a colocar dinheiro quando tiverem certeza de que a demanda voltou. Na primeira fase da recuperação -considerando um cenário otimista, de início em 2010-, seria utilizada somente a capacidade que a indústria já tem instalada.

FOLHA - O senhor se surpreendeu com esses números?
LANGONI
- Confesso que me surpreendi com a velocidade da deterioração. Esperava que o Brasil sofresse uma desaceleração, porém mais gradual. O país demorou muito a decolar, conseguiu atingir a velocidade de cruzeiro e de repente teve que fazer uma aterrissagem forçada -não devido às suas políticas internas, mas às condições internacionais. Foi tão rápido que nenhum analista poderia mesmo ter previsto.


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