São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009

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PIB reforça expectativa de corte da Selic em 1,5 ponto

Juros futuros chegaram a registrar 11,30% ontem

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O decepcionante resultado do PIB do quarto trimestre fez com que crescesse a expectativa de uma redução mais expressiva da taxa básica Selic hoje. Com a economia em ritmo mais fraco, tornaram-se maioria os investidores que contam com uma redução de 1,5 ponto percentual na Selic.
O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia na noite de hoje como fica a nova taxa básica, que está em 12,75%. Até a semana passada, a maioria do mercado projetava que a Selic cairia para 11,75%. Agora, aumentou a expectativa de que a taxa seja cortada para 11,25%.
"O resultado do PIB abriu espaço para o Copom cortar a Selic em 1,5 ponto, sem o ônus dos efeitos sobre a inflação. Uma redução de 1 ponto já é dada, e 1,5 ponto não será mais surpresa. Apenas um corte acima de 1,5 ponto chamaria a atenção, pois poderia ser interpretado pelo mercado como um sinal de que a crise é mais preocupante do que o imaginado", afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
No pregão da BM&F de ontem, a taxa do contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com resgate no fim do mês recuou de 11,57% para 11,44%. No início dos negócios, a taxa projetada chegou a cair, sob o impacto da divulgação do PIB, para 11,30%. Na sexta-feira, o contrato mostrava juros de 11,72%.
Para o fim do ano, os juros futuros fecharam em 10,09%, vindo de 10,35% na sexta-feira.
Na semana passada, a divulgação da queda de 17% na produção industrial de janeiro -dado bem pior que as projeções- já havia indicado que a economia podia estar mais desaquecida que o esperado. Os números do PIB aprofundaram essa percepção. Ao cortar os juros, o BC busca estimular a economia. Isso porque, em tese, juros mais baixos acabam por elevar o consumo e a produção.
Para Alexandre Póvoa, da Modal Asset Management, "depois do anúncio da decepcionante produção industrial de janeiro e do PIB do quarto trimestre, fica claro que os riscos de uma queda mais forte de atividade no Brasil estão se consolidando". Nesse cenário, Póvoa passou a projetar um corte de 1,25 ponto na Selic hoje. "Até os dados do PIB, mantínhamos uma previsão de corte de 1 ponto da Selic." Para o fim do ano, a Modal projeta que a taxa básica estará em 9,5%.


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