São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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COMÉRCIO EXTERIOR
Piva sugere uso do compulsório bancário
Fiesp pede maior apoio à exportação

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local

Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), propõe a utilização de parte dos recursos do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista para financiar as exportações.
""Os cerca de R$ 22 bilhões do compulsório do sistema financeiro poderiam ser usados para estimular a economia. Hoje, ficam estéreis no Banco Central", disse ele.
O presidente da Fiesp afirmou ""fazer coro" com a Febraban (Federação Nacional das Associações de Bancos) na defesa da proposta de redução do compulsório sobre os depósitos à vista.
Seria uma forma, segundo ele, de cortar os juros internos, barateando o crédito para as empresas, inclusive exportadoras, e para o consumidor, mas sem mexer nos rendimentos do investidor estrangeiro que traz dólares ao país.
""A Fiesp tem como bandeira a redução dos juros. Mas não somos irresponsáveis. Não queremos que a queda nas taxas seja um elemento de pressão inflacionária."
O presidente da Fiesp propõe também que parte do compulsório sobre os depósitos à vista poderia ser usada para um programa específico de financiamento mais barato à produção das micro e pequenas empresas.
""Já tivemos uma experiência nesse sentido. Determinação do Banco Central de junho de 1981 direcionou recursos do sistema financeiro para as micro e pequenas, que aumentaram sua produção, na época", afirmou.
Piva criticou o fim do crédito do IPI para ressarcimento do PIS e da Cofins para os exportadores. "O governo precisa acabar com a sua sanha arrecadatória e decidir se quer estimular as exportações ou não", afirmou.
Para Piva, o governo arrecadaria mais se a quantidade de produtos exportados apresentasse crescimento.
Em março último, por exemplo, apesar da desvalorização cambial, as exportações caíram 10,39% em relação ao mesmo mês de 98.
Segundo o presidente da Fiesp, o Banco Central deve "ficar atento, pilotando o mercado financeiro, sem muita interferência", para manter o dólar no patamar de R$ 1,70. "É uma cotação boa para alavancar as exportações."


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