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COMÉRCIO EXTERIOR
Piva sugere uso do compulsório bancário
Fiesp pede maior apoio à exportação
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
Horacio Lafer Piva, presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), propõe a utilização de parte dos recursos do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista para financiar as exportações.
""Os cerca de R$ 22 bilhões do
compulsório do sistema financeiro
poderiam ser usados para estimular a economia. Hoje, ficam estéreis no Banco Central", disse ele.
O presidente da Fiesp afirmou
""fazer coro" com a Febraban (Federação Nacional das Associações
de Bancos) na defesa da proposta
de redução do compulsório sobre
os depósitos à vista.
Seria uma forma, segundo ele, de
cortar os juros internos, barateando o crédito para as empresas, inclusive exportadoras, e para o consumidor, mas sem mexer nos rendimentos do investidor estrangeiro que traz dólares ao país.
""A Fiesp tem como bandeira a
redução dos juros. Mas não somos
irresponsáveis. Não queremos que
a queda nas taxas seja um elemento de pressão inflacionária."
O presidente da Fiesp propõe
também que parte do compulsório
sobre os depósitos à vista poderia
ser usada para um programa específico de financiamento mais barato à produção das micro e pequenas empresas.
""Já tivemos uma experiência
nesse sentido. Determinação do
Banco Central de junho de 1981 direcionou recursos do sistema financeiro para as micro e pequenas,
que aumentaram sua produção, na
época", afirmou.
Piva criticou o fim do crédito do
IPI para ressarcimento do PIS e da
Cofins para os exportadores. "O
governo precisa acabar com a sua
sanha arrecadatória e decidir se
quer estimular as exportações ou
não", afirmou.
Para Piva, o governo arrecadaria
mais se a quantidade de produtos
exportados apresentasse crescimento.
Em março último, por exemplo,
apesar da desvalorização cambial,
as exportações caíram 10,39% em
relação ao mesmo mês de 98.
Segundo o presidente da Fiesp, o
Banco Central deve "ficar atento,
pilotando o mercado financeiro,
sem muita interferência", para
manter o dólar no patamar de R$
1,70. "É uma cotação boa para alavancar as exportações."
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