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Produção de petróleo pode aumentar
DA REPORTAGEM LOCAL
A Arábia Saudita solicitou que
os países da Opep (Organização
dos Países Exportadores de Petróleo) acrescentem em pelo menos
1,5 milhão de barris a produção
diária de petróleo.
A medida visa diminuir a pressão sobre os preços da commodity no mercado internacional. O
ministro do Petróleo saudita, Ali-al Naimi, emitiu uma nota na qual
afirma que o aumento da produção é "essencial" para equilibrar a
oferta do produto.
"Não queremos ver os preços
subirem para patamares que possam afetar negativamente o crescimento da economia", afirmou.
"Parece que a demanda, especialmente na Ásia, vai continuar a
crescer na segunda metade deste
ano", completou.
Com o anúncio, a cotação do
produto em Nova York fechou
em queda de 2,5% em relação à
última sexta-feira. Com isso, o
preço do barril encerrou o dia de
ontem valendo US$ 38,93.
O petróleo acumula uma valorização de 4,1% nos últimos dez
dias em Nova York.
Na semana passada, os preços
do barril de petróleo atingiram
US$ 40 pela primeira vez desde a
Guerra do Golfo (1990-1991).
Em Londres, o petróleo brent
fechou ontem em queda de
2,78%, cotado a US$ 35,97.
O ministro saudita afirmou que
a proposta de aumento da cota
produzida pela Opep será discutida na próxima conferência da organização, no dia 3 de junho.
Ontem, porém, após as declarações do saudita, o presidente da
Opep e ministro da Energia da Indonésia, Purnomo Yusgiantoro,
disse ao jornal "Financial Times"
que o preço elevado não é devido
à ação da Opep. "Não há muito o
que a Opep possa fazer."
Segundo ele, os baixos estoques
nos EUA, especuladores e questões geopolíticas como a do Iraque são responsáveis pelos preços
altos, que devem durar até o fim
do verão no hemisfério Norte.
O membros da Opep são responsáveis por 40% da produção
mundial e por mais de três quartos das reservas mundiais comprovadas. A cota de produção estabelecida pela organização é de
23,5 milhões de barris por dia.
Com uma exportação de 5,2 milhões de barris por dia, a Arábia
Saudita lidera o ranking de exportações da Opep. Essa posição, dizem analistas, terá peso na reunião de junho. Até o momento, os
Emirados Árabes e o Kuait se
mostraram dispostos a apoiar a
intenção de elevar a produção expressada pela Arábia Saudita.
Na semana passada, o secretário
de Energia dos EUA, Spencer
Abraham, se encontrou com o
ministro argelino do Petróleo,
Chakib Khelil, em Washington,
para pedir que a Opep eleve o volume diário produzido.
"Essa é uma medida que eles [os
países da Opep] têm que tomar.
Nós vemos que a demanda pelo
petróleo produzido pela Opep deve aumentar para 2 milhões por
dia no terceiro trimestre desse
ano e para mais 2 milhões de barris por dia no quarto trimestre",
avaliou Gary Ross, da consultoria
americana, PIRA Energy.
Mas, para Khelil, as tensões geopolíticas no Oriente Médio devem
continuar a sustentar os preços.
Com agências internacionais
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