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Alta externa não
deve determinar
preço, diz governo
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário-executivo do
Ministério de Minas e Energia,
Maurício Tolmasquim, disse
ontem que, apesar de a política
de preços dos combustíveis
adotada pelo Brasil prever que
os valores devam estar alinhados com os do mercado internacional, "não dá para vincular
totalmente".
De acordo com o secretário,
quando há alta do petróleo e
dos seus derivados no mercado
externo, como está ocorrendo
atualmente, é necessário esperar para saber se o aumento é
estrutural ou se está ocorrendo
apenas um momento de volatilidade no mercado, com uma
tendência à reacomodação
posterior.
"Não dá para a Petrobras seguir a conjuntura, causando
impactos internos desnecessários", afirmou.
Tolmasquim disse que,
quando a Petrobras aumenta
seus preços no mercado interno, isso tem impacto sobre os
preços de grande parte da cadeia de consumo.
O problema, segundo ele, é
que esse impacto não necessariamente se reverte quando,
passado o momento de volatilidade do mercado internacional, a estatal reajusta seus preços para baixo.
Esse discurso, na análise do
secretário, justifica tanto o fato
de a estatal não haver reduzido
seus preços no ano passado,
quando o petróleo estava em
baixa, como o de ela não aumentar agora, com o mercado
em alta.
Perdas
"No ano passado, o argumento [para reclamar a queda
dos preços] era a perda do consumidor. Agora, é a perda dos
acionistas", disse em resposta a
uma pergunta sobre se os acionistas da Petrobras não estavam sendo prejudicados com a
decisão de não aumentar os
preços agora.
Ele disse ainda que o Brasil,
com mais de 80% do petróleo
que consome produzido em
seu território, está relativamente protegido em relação aos
problemas do mercado internacional.
Tolmasquim afirmou também que o Brasil já está participando do esforço para reduzir
os efeitos da escassez de energia na Argentina, vendendo ao
país vizinho 500 megawatts
produzidos por termelétricas
do Sul, principalmente a de
Uruguaiana (RS), pertencente
à companhia norte-americana
AES.
Segundo Maurício Tolmasquim, tão logo os reservatórios
das hidrelétricas da região Sul
estejam com suas capacidades
recompostas, após os níveis terem baixado com a longa estiagem, o Brasil venderá também
energia hidrelétrica aos argentinos.
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