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Maior empresa chinesa é parceira da Petrobras em novo gasoduto
Outras grandes estatais do país asiático atuam no setor de siderurgia no Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líder no ranking dos "200
dragões chineses", a Sinopec,
gigante estatal do setor de petróleo da China, está no Brasil
numa associação com a Petrobras. Foi contratada pela estatal brasileira para construir os
trechos 2 e 3 do Gasene, gasoduto que integrará as malhas
do Nordeste e do Sudeste e que
consta do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
Elaborado pela Fundação
Dom Cabral, o ranking listou,
com base em dados de Bolsas
de Valores e relatórios financeiros, as 200 maiores empresas da China no momento. A
maioria é estatal.
Responsável pelo estudo, o
professor Carlos Arruda diz ser
difícil separar estatais de privadas. Há sempre uma teia complexa de relacionamento entre
as empresas. Com isso, uma
empresa tida como privada na
China quase sempre tem, em
algum momento, uma participação estatal.
Pelo cruzamento do ranking
com as empresas chinesas com
atividades no Brasil, descobre-se que dez dessas gigantes operam aqui. Além da Sinopec, figuram na lista também as estatais Baosteel e China Metais e
Minerais (Minmetals). A duas
têm negócios com a Vale. A primeira está na parceria que prevê a construção de uma siderúrgica no Espírito Santo. A
atuação das três no Brasil faz
parte do acordo feito pela China quando o presidente Lula
reconheceu o país asiático como economia de mercado.
Da lista, o professor Carlos
Arruda destaca como investimentos importantes no Brasil
os da Huawei, da ZTE e da
Gree, todas com unidades de
produção no país. A primeira
firmou parceria com a Vivo e
está fazendo a troca de tecnologia (para terceira geração) da
empresa de telecomunicação.
Das empresas fora do ranking da Fundação Dom Cabral,
quase todas têm apenas escritório comercial para explorar
negócios de importação e exportação. "Várias delas são empresas que estão mais na fase
de prospecção, analisando o
mercado e fazendo parcerias",
afirma o secretário-executivo
do Conselho Empresarial Brasil/China, Rodrigo Maciel.
Entre elas, está a SVA Brasil,
empresa com unidade de produção em Manaus para fabricação de aparelhos de DVD e monitores de cristal líquido. Recentemente, teve de reduzir
sua linha de produção por conta de custos elevados.
Ao estudar as 200 empresas
chinesas, Arruda diz ter notado
a preocupação do governo da
China em fazer suas empresas
buscar inovação tecnológica.
Algumas montam suas próprias universidades para formar mão-de-obra qualificada.
Faz parte da política de tentar
mudar a imagem do produto
chinês mundo afora, associado
a preço baixo e qualidade ruim.
O segundo passo do estudo
do professor da Fundação Dom
Cabral é fazer uma análise detalhada da atuação das chinesas
no Brasil. Ele nota que os grandes investimentos devem focar
setores de consumo intensivo
de energia, já que a China enfrenta escassez energética. Empresários chineses também estão de olho nos setores automotivo e moveleiro.
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