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PAPÉIS AVULSOS
Inepar apresenta potencial de crescimento
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
Os bancos estrangeiros, mais
conservadores em seus investimentos, preferem evitar. Mas as
ações da Inepar já se tornaram
uma verdadeira coqueluche na
Bolsa de Valores de São Paulo.
"A empresa atua em setores de
ponta, como energia e telecomunicações, e tem um potencial de
crescimento fantástico", diz Paulo Renoldi, o Tucho, analista da
corretora Coinvalores.
Para Manuel Maceira, do Banco
Tendência, os ações da Inepar não
estão baratas. Neste ano, subiram
57,43%, contra alta de 10% nas 52
ações que compõem o Ibovespa.
"Mas o papel está muito procurado. A médio e longo prazos, a
perspectiva é de alta. É uma empresa que tem tudo para acontecer", diz Maceira.
A Inepar é uma empresa paranaense de participações. Seu objetivo é fazer associações em setores
estratégicos.
Está no consórcio Globaltelecom, que ganhou, em abril, a concessão para exploração da banda B
de telefonia celular no Paraná e em
Santa Catarina. Tem como sócias a
Companhia Suzano de Papel e Celulose, a operadora japonesa DDI
Corporation, a Motorola e a Nissho Iwai, trading japonesa.
Também no setor de telecomunicações, a Inepar detém 55% da
Iridium Brasil S/A e 25% da Iridium da América do Sul. O projeto
Iridium, de transmissão de dados
por satélite, está previsto para iniciar as operações em todo o mundo no dia 29 setembro.
A Inepar possuiu ainda 49% do
capital da Mastec, empresa que vai
dar suporte e infra-estrutura para
os operadores da banda B.
A Inepar participa do capital de
uma TV a cabo em Londrina (PR)
e detém 69% de outra, em Blumenau (SC). "Essas duas cidades fazem parte da estratégia maior da
Inepar, de levar a TV a cabo ao
Mercosul", diz Renoldi.
Sem fazer muito alarde, a Inepar
está no consórcio Elca, que tem licença para operar serviço de telefonia no leste da Venezuela, e é associada de grupos de telecomunicações em Buenos Aires, na Argentina.
Em janeiro, a Inepar se associou
com o Bradesco e a Companhia Siderúrgica Nacional para fundar
uma das maiores empresas do
Brasil na área de fabricação e
montagem de bens sob encomenda, a Inepar-Fem Equipamentos e
Montagens S/A. A empresa vai
atuar principalmente como fornecedora de equipamentos do setor
energético.
A Inepar participa, ainda, do
consórcio que comprou a Centrais
Elétricas Mato-grossenses.
Tem participações nas usinas hidrelétricas de Cubatão, de Machadinho (no rio Pelotas, na divisa de
Santa Catarina e do Rio Grande do
Sul), de Itiquira (no Mato Grosso,) de Dona Francisca (no Rio
Grande do Sul) e nas termoelétricas Litoral Sul (no Paraná) e Independência (na Argentina).
Entre muitas outras, a Inepar
tem também associações com a
GE Hydro, para equipamentos de
hidrogeração, com a norte-americana Hubbell e com a suíça Landis
& Gyr, de medidores eletrônicos.
A Inepar comprou em 96 a Sade/Vigesa, empresa de mecânica
pesada de Jacareí (SP) e assumiu
seus prejuízos. Apesar disso, obteve lucro líquido de R$ 35,592 milhões em 96 e mais R$ 47,158 milhões em 97.
O mercado financeiro vê tantas
perspectivas positivas para a empresa que sua ação, após uma média de 370 negócios por mês em
95, passou a ter uma média de
3.715 negócios/mês em 97.
O total de ações negociadas saltou de 2,940 bilhões ao mês em 95,
em média, para 26,850 bilhões no
ano passado.
Com tamanho volume de negociação, Inepar PN passou a fazer
parte do Ibovespa, índice que reúne as 52 ações mais negociadas da
Bolsa de Valores de São Paulo. Foram criadas opções de Inepar PN,
que aumentaram ainda mais a liquidez do papel, segundo Renoldi.
"A volatilidade de Inepar PN é
crescente. Com isso, há operadores que compram a ação para vendê-la no mesmo dia, realizando
lucros. Tem gente até que acha que
a Inepar é a nova Telebrás", diz
Renoldi.
A quantidade de pedidos em carteira da Inepar, que cresceu de R$
749 milhões no final de 96 para R$
2,4 bilhões, no final de 97, assusta
alguns analistas.
O patrimônio líquido da empresa é de R$ 454 milhões e muitos se
perguntam se ela será capaz de
realizar todos os investimentos e
projetos a que se propôs.
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