São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FINANÇAS

Desde o dia 29 de maio, quando a regra mudou, até quinta-feira passada, R$ 6,8 bilhões saíram das aplicações

Fundos DI ainda registram pesados saques

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fundos DI e renda fixa continuaram registrando pesados saques até a última quinta-feira, totalizando uma saída de recursos de R$ 6,8 bilhões desde o dia 29, quando entrou em vigor a nova regra de contabilidade dessas aplicações.
Segundo dados do site Fortuna, na quinta-feira os investidores resgataram R$ 485,2 milhões dos DI e R$ 848,4 milhões dos renda fixa. Ontem, segundo gestores ouvidos pela Folha, o movimento de saída recuou em função da recuperação do valor das cotas dos fundos com a troca de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) longas por papéis curtos feitas nos últimos dias.
O Banco Central vem realizando leilões de recompra das LFTs que vencem em 2004, 2005 e 2006, trocando-as por outras com vencimento no início do próximo ano. Os papéis mais curtos sofrem um deságio menor no mercado secundário e, ao substituírem as LFTs longas, mais desvalorizadas, nas carteiras dos fundos, permitem que o gestor reverta o provisionamento das perdas das últimas semanas, valorizando a cota do fundo.
Quanto maior a quantidade de LFTs que o fundo tem em carteira e maior o prazo de vencimento, maiores foram as perdas registradas desde o dia 29 de maio. O fundo Caixa Fif DI, da Caixa Econômica Federal, que no dia 31 registrou a maior perda, tinha 98,65% de sua carteira em LFTs naquela data, segundo dados do site da instituição.
"Nossa política é manter a carteira 100% em risco soberano, isto é, em títulos públicos federais", diz Wilson Risolia Rodrigues, diretor de ativos de terceiros da CEF. Segundo ele os fundos da CEF também carregavam "um volume razoável de LFTs longas", de vencimento em 2006. Ao trocar parte desses papéis por outros mais curtos, a CEF conseguiu fazer o CAixa Fif DI voltar para o azul, acumulando ganho de 0,37% na sexta-feira.
Também o Banco do Brasil pagou o preço de carregar muitos títulos do governo. "Temos mais títulos públicos que as outras instituições, que aplicam mais em papéis privados como debêntures e CDS", diz Arnaldo Vollet, diretor-executivo da BBDTVM. O fundo de renda fixa BB Fix perdeu 2,41% de 29 de maio a 6 de junho.



Texto Anterior: Bebidas: Heineken quer impedir fusão Quilmes-Ambev
Próximo Texto: Previ perde R$ 600 milhões com ajuste de carteira de títulos públicos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.