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FINANÇAS
Desde o dia 29 de maio, quando a regra mudou, até quinta-feira passada, R$ 6,8 bilhões saíram das aplicações
Fundos DI ainda registram pesados saques
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fundos DI e renda fixa continuaram registrando pesados saques até a última quinta-feira, totalizando uma saída de recursos
de R$ 6,8 bilhões desde o dia 29,
quando entrou em vigor a nova
regra de contabilidade dessas
aplicações.
Segundo dados do site Fortuna,
na quinta-feira os investidores
resgataram R$ 485,2 milhões dos
DI e R$ 848,4 milhões dos renda
fixa. Ontem, segundo gestores ouvidos pela Folha, o movimento de
saída recuou em função da recuperação do valor das cotas dos
fundos com a troca de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) longas por papéis curtos feitas nos últimos dias.
O Banco Central vem realizando leilões de recompra das LFTs
que vencem em 2004, 2005 e 2006,
trocando-as por outras com vencimento no início do próximo
ano. Os papéis mais curtos sofrem
um deságio menor no mercado
secundário e, ao substituírem as
LFTs longas, mais desvalorizadas,
nas carteiras dos fundos, permitem que o gestor reverta o provisionamento das perdas das últimas semanas, valorizando a cota
do fundo.
Quanto maior a quantidade de
LFTs que o fundo tem em carteira
e maior o prazo de vencimento,
maiores foram as perdas registradas desde o dia 29 de maio. O fundo Caixa Fif DI, da Caixa Econômica Federal, que no dia 31 registrou a maior perda, tinha 98,65%
de sua carteira em LFTs naquela
data, segundo dados do site da
instituição.
"Nossa política é manter a carteira 100% em risco soberano, isto
é, em títulos públicos federais",
diz Wilson Risolia Rodrigues, diretor de ativos de terceiros da
CEF. Segundo ele os fundos da
CEF também carregavam "um
volume razoável de LFTs longas",
de vencimento em 2006. Ao trocar parte desses papéis por outros
mais curtos, a CEF conseguiu fazer o CAixa Fif DI voltar para o
azul, acumulando ganho de
0,37% na sexta-feira.
Também o Banco do Brasil pagou o preço de carregar muitos títulos do governo. "Temos mais títulos públicos que as outras instituições, que aplicam mais em papéis privados como debêntures e
CDS", diz Arnaldo Vollet, diretor-executivo da BBDTVM. O fundo
de renda fixa BB Fix perdeu 2,41%
de 29 de maio a 6 de junho.
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