São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda norte-americana fechou estável, vendida a R$ 2,636; Bovespa teve maior alta desde março

Calma não é suficiente para derrubar dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

A calmaria no mercado financeiro ontem não foi suficiente para fazer o dólar recuar. A moeda norte-americana encerrou os negócios estável, vendida a R$ 2,636. Já a Bolsa paulista encontrou fôlego para subir 2,58%, a maior alta desde 12 de março.
O resultado da pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada no domingo, agradou ao mercado. O crescimento de José Serra (PSDB), acompanhado da queda de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou as especulações que rondaram o mercado na última sexta-feira e melhorou o humor dos investidores.
A baixa de 3% do risco-país, medido pelo JP Morgan, que fechou em 1.144 pontos, também teve repercussão positiva. Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira negociados no mercado internacional, subiram 1,7%.
Para o diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, a trégua de ontem foi algo isolado e o mercado passará ainda por muitos períodos de turbulência até as eleições, em outubro.
Na semana passada, a forte tensão que dominou o mercado fez o dólar acumular expressiva alta de 4,8% no período. A dívida privada externa é um dos pontos que devem evitar quedas mais expressivas no valor do dólar diante do real nas próximas semanas. Analistas do mercado financeiro estimam que há, até o fim deste mês, vencimentos de dívidas em torno de US$ 2 bilhões, o que manterá alta a demanda por dólares.
Além de voltar a realizar leilões de troca de LFTs-títulos corrigidos pelos juros pós-fixados- de prazos mais longos por outros com vencimentos mais curtos, o governo fez uma operação similar com papéis cambiais.
O Tesouro Nacional realizou leilão de troca de títulos cambiais com prazo de resgate em 2004 e em 2005 por papéis com vencimento em 2003. A operação movimentou, segundo o mercado, R$ 2,4 bilhões e ajudou a segurar o dólar.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as projeções das taxas de juros recuaram. No contrato DI (que considera os juros entre os bancos) mais negociado, com prazo em janeiro do próximo ano, a taxa caiu de 19,65% para 19,20% ao ano.
Com esse movimento de encurtamento dos prazos da dívida, a agência SR Rating decidiu rebaixar a nota da dívida interna brasileira. (FABRICIO VIEIRA)


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