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MERCADO FINANCEIRO
Moeda norte-americana fechou estável, vendida a R$ 2,636; Bovespa teve maior alta desde março
Calma não é suficiente para derrubar dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
A calmaria no mercado financeiro ontem não foi suficiente para fazer o dólar recuar. A moeda norte-americana encerrou os negócios estável, vendida a R$ 2,636. Já a Bolsa paulista encontrou fôlego para subir 2,58%, a maior alta
desde 12 de março.
O resultado da pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada no
domingo, agradou ao mercado. O
crescimento de José Serra
(PSDB), acompanhado da queda
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
confirmou as especulações que
rondaram o mercado na última
sexta-feira e melhorou o humor
dos investidores.
A baixa de 3% do risco-país,
medido pelo JP Morgan, que fechou em 1.144 pontos, também
teve repercussão positiva. Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira
negociados no mercado internacional, subiram 1,7%.
Para o diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, a
trégua de ontem foi algo isolado e
o mercado passará ainda por
muitos períodos de turbulência
até as eleições, em outubro.
Na semana passada, a forte tensão que dominou o mercado fez o
dólar acumular expressiva alta de
4,8% no período. A dívida privada externa é um dos pontos que
devem evitar quedas mais expressivas no valor do dólar diante do
real nas próximas semanas. Analistas do mercado financeiro estimam que há, até o fim deste mês,
vencimentos de dívidas em torno
de US$ 2 bilhões, o que manterá
alta a demanda por dólares.
Além de voltar a realizar leilões
de troca de LFTs-títulos corrigidos pelos juros pós-fixados- de
prazos mais longos por outros
com vencimentos mais curtos, o
governo fez uma operação similar
com papéis cambiais.
O Tesouro Nacional realizou
leilão de troca de títulos cambiais
com prazo de resgate em 2004 e
em 2005 por papéis com vencimento em 2003. A operação movimentou, segundo o mercado,
R$ 2,4 bilhões e ajudou a segurar
o dólar.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as projeções das taxas de juros recuaram. No contrato DI
(que considera os juros entre os
bancos) mais negociado, com
prazo em janeiro do próximo
ano, a taxa caiu de 19,65% para
19,20% ao ano.
Com esse movimento de encurtamento dos prazos da dívida, a
agência SR Rating decidiu rebaixar a nota da dívida interna brasileira. (FABRICIO VIEIRA)
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