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Estatal deverá gerar R$ 8,5 bi para
fechar meta de superávit primário
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo fixou ontem, por decreto, os resultados que cada empresa estatal deverá apresentar
neste ano. Somente a Petrobras
deverá gerar R$ 8,5 bilhões dos R$
11,2 bilhões esperados para as estatais para o fechamento da meta
de economia de receitas acertada
com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No ano passado, a Petrobras teve um lucro de R$ 9,8 bilhões. Somando os resultados das subsidiárias (algumas deficitárias), o
lucro caiu para R$ 8 bilhões. Pelos
números divulgados ontem, o resultado do grupo também deverá
ser menor: R$ 7,1 bilhões.
O decreto publicado ontem ainda fez modificações no programa
de investimentos das estatais para
este ano. Os investimentos subiram de R$ 23 bilhões para R$ 25,4
bilhões.
De acordo com o Ministério do
Planejamento, o aumento dos investimentos está concentrado na
Petrobras e foi necessário por
causa da variação do dólar. Como
as compras das empresas são feitas basicamente no exterior, as
despesas aumentaram com a elevação da moeda americana.
Nos últimos anos, o governo
anterior divulgava uma previsão
de lucro para o conjunto das estatais, mas não detalhava o volume
por empresa.
Segundo a assessoria do ministro Guido Mantega (Planejamento), a idéia é dar mais transparência. O principal, porém, é estabelecer para cada empresa a sua participação no esforço fiscal do governo.
Neste ano, o governo acertou
uma meta de superávit primário
(receitas maiores que despesas,
exceto pagamento de juros) de
4,25% do PIB (Produto Interno
Bruto) para o setor público (governo federal, Estados, municípios e estatais) em 2003. Esse total
representa cerca de R$ 68 bilhões.
O conjunto das estatais deverá
contribuir com R$ 11,2 bilhões.
Para o governo central (Tesouro
Nacional, Previdência Social e
Banco Central), a meta é de R$
39,1 bilhões.
O governo manteve o total previsto para o conjunto das estatais
embora o resultado dessas empresas apurado pelo Banco Central até maio seja deficitário. Esse
déficit vem sendo provocado pelo
elevado pagamento de impostos e
dividendos feito pela Petrobras
no semestre passado.
De acordo com o decreto, o segundo maior resultado positivo
será apresentado pela Emgea
(Empresa Gestora de Ativos), cerca de R$ 3,1 bilhões.
A Emgea é uma empresa criada
em 2001 para liquidar os financiamentos habitacionais que têm
subsídios governamentais. Ou seja, seus ativos serão utilizados
nessas liquidações. A empresa foi
criada apenas para retirar esses financiamentos da Caixa Econômica Federal.
A Companhia Hidrelétrica do
São Francisco (Chesf) deverá
apresentar o terceiro melhor resultado: R$ 1,4 bilhão. O maior
prejuízo será de uma subsidiária
da Petrobras, a Refap (Refinaria
Alberto Pasqualini), com R$ 1,4
bilhão de perda. A BR Distribuidora vem logo em seguida com
um prejuízo de R$ 653,2 milhões.
Pelo decreto, o governo espera
resultados positivos de 31 empresas. Outras 24 empresas deverão
ter prejuízos.
Nos últimos anos, as empresas
estatais têm participado de maneira decisiva do esforço fiscal,
principalmente a Petrobras.
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