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Partidos de oposição cedem e aceitam votar reajuste de 5% de forma simbólica
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após um bombardeio contra
o presidente Lula nas tribunas
do Congresso, a oposição cedeu
ontem e aceitou votar de maneira simbólica na Câmara dos
Deputados a medida provisória
que determina reajuste de 5%
para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social) que ganham
mais de um salário mínimo.
Apesar do discurso de que insistirá em reajuste superior a
5%, a oposição, ao permitir a
votação simbólica, acaba oferecendo uma saída aos governistas: evita-se o ônus político da
votação nominal, quando os
deputados são obrigados a deixar sua "digital" na votação. No
caso da opção simbólica, somente os líderes dos partidos
se manifestam.
Ontem, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou ter obtido um
"acordo parcial" com os líderes
dos partidos para votar a MP,
que bloqueia a pauta da Casa.
"Foi feito um esforço e acho
que já há um acordo parcial.
Vamos nos reunir novamente
amanhã [hoje], concluir esse
acordo e desobstruir a pauta."
"Podemos até trabalhar para
que a votação seja simbólica,
mas queremos que o governo e
sua base votem, digam "sim" ou
"não" aos aposentados. Como
temos minoria, podemos até
perder, mas queremos que cada
partido diga como vota", disse o
líder do PSDB, Jutahy Jr. (BA).
A oposição tentava ontem
buscar uma forma de forçar o
presidente Lula a vetar novamente um reajuste superior a
5%. A alternativa proposta era
colocar em votação uma emenda de autoria do líder do PFL,
Rodrigo Maia (RJ), cuja redação fatia o reajuste de 16,67%
em duas alíquotas: uma de 5% e
outra de 11,11% (o resultado final seriam os 16,67%). O PT argumenta que a saída contraria
o regimento.
"É um momento difícil porque a oposição do PSDB é eleitoreira e incoerente. Querem
colocar em risco os 5% dos aposentados. Acho estranho que o
PSDB, na véspera da eleição, vire amigo dos aposentados", disse o líder do PT, Henrique Fontana (RS).
O veto de Lula ao percentual
de 16,67% de reajuste também
fez eco no Senado. "O presidente Lula é a Bia Falcão da República. A maldade é a mesma",
disse Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em referência
à personagem vilã da novela.
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