São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Partidos de oposição cedem e aceitam votar reajuste de 5% de forma simbólica

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após um bombardeio contra o presidente Lula nas tribunas do Congresso, a oposição cedeu ontem e aceitou votar de maneira simbólica na Câmara dos Deputados a medida provisória que determina reajuste de 5% para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que ganham mais de um salário mínimo.
Apesar do discurso de que insistirá em reajuste superior a 5%, a oposição, ao permitir a votação simbólica, acaba oferecendo uma saída aos governistas: evita-se o ônus político da votação nominal, quando os deputados são obrigados a deixar sua "digital" na votação. No caso da opção simbólica, somente os líderes dos partidos se manifestam.
Ontem, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou ter obtido um "acordo parcial" com os líderes dos partidos para votar a MP, que bloqueia a pauta da Casa. "Foi feito um esforço e acho que já há um acordo parcial. Vamos nos reunir novamente amanhã [hoje], concluir esse acordo e desobstruir a pauta."
"Podemos até trabalhar para que a votação seja simbólica, mas queremos que o governo e sua base votem, digam "sim" ou "não" aos aposentados. Como temos minoria, podemos até perder, mas queremos que cada partido diga como vota", disse o líder do PSDB, Jutahy Jr. (BA).
A oposição tentava ontem buscar uma forma de forçar o presidente Lula a vetar novamente um reajuste superior a 5%. A alternativa proposta era colocar em votação uma emenda de autoria do líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), cuja redação fatia o reajuste de 16,67% em duas alíquotas: uma de 5% e outra de 11,11% (o resultado final seriam os 16,67%). O PT argumenta que a saída contraria o regimento.
"É um momento difícil porque a oposição do PSDB é eleitoreira e incoerente. Querem colocar em risco os 5% dos aposentados. Acho estranho que o PSDB, na véspera da eleição, vire amigo dos aposentados", disse o líder do PT, Henrique Fontana (RS).
O veto de Lula ao percentual de 16,67% de reajuste também fez eco no Senado. "O presidente Lula é a Bia Falcão da República. A maldade é a mesma", disse Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), em referência à personagem vilã da novela.


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