São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Impacto seria também sobre benefício novo

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O reajuste de 16,67% sobre os benefícios acima do salário mínimo, vetado ontem pelo presidente Lula, teria impactos imediato e futuro. O imediato alcançaria todos os beneficiários que já recebiam R$ 333,35 ou mais em março último -todos os que recebiam até R$ 333,34 passaram a ganhar R$ 350 a partir de 1º de abril.
O futuro alcançaria quem pedisse aposentadoria de abril em diante. É que, nesse caso, o teto dos benefícios também teria de ser reajustado pelos 16,67%, com efeito retroativo a abril.
Com o reajuste de 16,67%, o teto que vigorava em março (R$ 2.668,15) subiria para R$ 3.112,84 (e não apenas para os atuais R$ 2.801,56).
Segundo Newton Conde, diretor da Conde Consultoria Atuarial, o impacto ocorreria devido à forma como hoje é calculado o valor inicial dos benefícios.
Em dezembro de 1999 entrou em vigor o fator previdenciário, que leva em consideração o tempo de contribuição do trabalhador, sua idade e sua expectativa de vida na data da aposentadoria. Quem tiver fator menor que "1" receberá menos do que o teto -e vice-versa (a média do fator "1" é de R$ 2.460).
Conde fez o cálculo de um trabalhador com 61 anos e 47 de contribuição, que contribuiu pelo teto desde julho de 1994. Seu fator seria 1,2790, ou seja, ele teria direito a R$ 3.146,34. Se ele pedisse o benefício hoje, não haveria o limite de R$ 2.801,56, mas sim de R$ 3.112,84. Esse "novo teto" seria 11,1% maior do que o atual, de R$ 2.801,56.


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