São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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UE suspende compra de aves vivas do Brasil

Medida, em razão de foco de Newcastle, vale para avestruzes, galos e galinhas

Governo descarta impacto nas exportações; Paraguai anuncia embargo à importação de frango do Rio Grande do Sul

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O foco da doença de Newcastle descoberto na semana passada no Rio Grande do Sul determinou a suspensão da exportação de avestruzes, galos e galinhas vivos para a União Européia, como medida sanitária preventiva, devido ao foco da doença de Newcastle descoberto na sexta-feira passada no Rio Grande do Sul. A venda de carne de frango será mantida. O impacto na balança comercial brasileira será "quase irrelevante", segundo o diretor de Assuntos Sanitários, Odilson Ribeiro. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil vendeu US$ 300 milhões em carne de frango para a União Européia neste primeiro semestre. Ao mesmo tempo, foram apenas US$ 212 mil em galos e galinhas vivos para a reprodução no mesmo período. Nenhum país, de acordo com o ministério, embargou o frango do Brasil por ora. Mas Rússia, Japão e Paraguai embargaram as importações do frango do Rio Grande do Sul.
De acordo com o diretor técnico da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura), Éder Barbon, acordos sanitários bilaterais com Japão e Rússia determinam que as exportações cessam assim que um foco da doença é identificado. ""A Rússia fecha o Estado por seis meses e o Japão limita a compra em uma área de 50 quilômetros ao redor do foco por 90 dias", disse ele. No caso do Paraguai, houve o anúncio do embargo.
Dos 2,84 milhões de toneladas de frango exportadas pelo Brasil em 2005, o Japão é o país que mais compra, com aquisição de 404,7 mil toneladas do produto. A Rússia está em terceiro lugar, com 258,1 mil toneladas. E o Rio Grande do Sul detém quase 25% das exportações brasileiras de frango.

Exportação de carnes
Se mantiverem o ritmo do primeiro semestre, as exportações de carne bovina brasileira devem crescer 15% ao final de 2006, apesar dos embargos estrangeiros devido a focos de febre aftosa, registrados a partir de outubro de 2005. Na comparação com o primeiro semestre de 2005, as exportações no mesmo período em 2006 subiram 16,24%, totalizando US$ 1.716.882. Os dados foram divulgados ontem pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). "Conseguimos manter o Brasil como o maior exportador mundial de carnes, mesmo com a valorização do real e a manutenção do embargo de alguns países", disse Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presidente da Abiec e ex-ministro da Agricultura.


Com VINICIUS ABBATE , colaboração para a Folha


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