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CUSTO DE VIDA
Seca, geada e preços regulados pelo governo causam maior alta mensal desde 95, mas índice deve cair neste mês
Inflação de julho é igual à do 1º semestre
DA SUCURSAL DO RIO
E DA REPORTAGEM LOCAL
A inflação de julho no país foi
quase igual à de todo o primeiro
semestre. Foi a mais alta, em um
mês, desde julho de 1995. Superou
as expectativas do governo e do
mercado. Mas deve cair já a partir
deste mês, segundo o instituto de
análises econômicas da USP, a Fipe, que mede a inflação apenas
em São Paulo.
O IPCA de julho subiu 1,61%, na
maior parte provocado pela alta
dos preços administrados pelo
governo -isto é, aqueles cujo aumento depende de autorização federal ou são por ele regulados. Em
junho, a inflação havia sido de
0,23%
Combustíveis, telefones e energia elétrica foram a causa de mais
da metade do aumento do índice
de julho, mas o preço da comida
foi o que apresentou a maior alta.
A seca prejudicou a produção de
alimentos; a geada, em seguida,
acabou por abater o nível da safra.
Com a oferta menor de produtos,
os preços subiram.
Segundo a Fipe, os efeitos da safra menor e das tarifas públicas
devem diminuir neste mês e em
setembro, derrubando rapidamente os índices de inflação. A
preocupação restante deve ficar
restrita às tarifas públicas.
O IPCA é o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo -a principal medida da inflação no Brasil,
registrada pelo IBGE. Reflete a variação dos preços em 11 regiões
metropolitanas.
Curitiba, Porto Alegre e Goiânia
tiveram as maiores altas de preços
em julho. Belém teve a menor inflação.
Combustível inflado
Entre os derivados de petróleo,
a gasolina apresentou aumento
de 10,27%; o álcool, 13,44%; e o
gás de botijão, 5,53%. "A gasolina
passou por três grandes impasses
em julho: a alteração na cobrança
do PIS e da Cofins, a mudança no
preço do petróleo no último dia 15
e o reajuste nos postos 15 dias depois", comentou a gerente do Sistema de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
A alta das tarifas telefônicas, em
torno de 8,61%, foi a segunda
maior contribuição individual para o aumento do índice. A alta da
energia elétrica foi de 4,85% e os
maiores reajustes de preços foram
identificados em São Paulo
(13,34%) e Curitiba (14,86%).
Segundo Eulina dos Santos, os
produtos alimentícios vinham
apresentando comportamento
parecido com o do ano passado,
mas passaram a se diferenciar em
função das condições climáticas
registradas neste ano. O grupo de
alimentação e bebidas, com variação de 1,78 ponto percentual sobre junho, não apresentava alta
desde fevereiro e só saiu da variação negativa a partir de junho.
"A estiagem e as geadas prejudicam plantações e inibem a oferta
de produtos. A entressafra do gado, com as más condições do pasto, também contribuem para o
aumento de preço tanto da carne
como do leite", explica Eulina dos
Santos.
Ainda entre os gêneros não-alimentícios, apresentaram variações significativas o pedágio
(13,90%), passagens aéreas
(10,39%), gás encanado (7,29%) e
óleo diesel (7,19%).
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