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Fipe bate em 1,63%, a maior alta desde 96
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Os efeitos da geada começam a
influenciar mais a taxa de inflação
em São Paulo. Na primeira semana deste mês, o aumento acumulado dos preços em 30 dias foi de
1,63%. A maior taxa desde julho
de 96.
Esses efeitos ficaram aparentes
na evolução dos preços dos produtos "in natura", que aumentaram 5,66%. Escarola e alface lideraram as altas, com 33%.
Os efeitos da geada, no entanto,
terão fôlego curto, segundo o economista Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao
Consumidor da Fipe.
Após a segunda semana do mês,
os preços podem começar a recuar nesse setor. O economista
diz que a qualidade dos produtos
está boa, mostrando que os efeitos da geada foram limitados.
A inflação continua recebendo,
ainda, as pressões das tarifas e dos
preços administrados pelo governo. O pico de pressão deve ocorrer na taxa da segunda semana
deste mês. A pressão vai continuar nas próximas semanas, mas
já com intensidade menor.
Entre os preços administrados,
os maiores estragos na taxa da inflação vêm dos combustíveis que,
juntos com alimentos, são responsáveis por 37% da taxa de inflação divulgada ontem.
Com base no desempenho desses dois itens, os que mais pressionaram a inflação no momento, a
Fipe está prevendo um recuo da
taxa de inflação deste mês para
1%. Em setembro, a taxa volta a
cair ainda mais, para 0,5%.
Heron do Carmo diz que essas
estimativas são otimistas, mas
consistentes. Assim como a taxa
subiu rapidamente, deverá recuar
na mesma rapidez após a incorporação dos efeitos dos aumentos
provocados por geada e tarifas,
acredita ele.
A única preocupação do economista da Fipe é com um possível
reajuste de tarifas nos transportes
públicos. Esse item é de grande
peso na composição da inflação e
um reajuste de 10% elevaria a taxa
em pelo menos 0,5 ponto percentual.
Na primeira quadrissemana do
mês, ou seja, nos últimos 30 dias
terminados no dia 7, a alimentação teve aumento médio de
2,92%.
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