São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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Fipe bate em 1,63%, a maior alta desde 96

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os efeitos da geada começam a influenciar mais a taxa de inflação em São Paulo. Na primeira semana deste mês, o aumento acumulado dos preços em 30 dias foi de 1,63%. A maior taxa desde julho de 96.
Esses efeitos ficaram aparentes na evolução dos preços dos produtos "in natura", que aumentaram 5,66%. Escarola e alface lideraram as altas, com 33%.
Os efeitos da geada, no entanto, terão fôlego curto, segundo o economista Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Após a segunda semana do mês, os preços podem começar a recuar nesse setor. O economista diz que a qualidade dos produtos está boa, mostrando que os efeitos da geada foram limitados.
A inflação continua recebendo, ainda, as pressões das tarifas e dos preços administrados pelo governo. O pico de pressão deve ocorrer na taxa da segunda semana deste mês. A pressão vai continuar nas próximas semanas, mas já com intensidade menor.
Entre os preços administrados, os maiores estragos na taxa da inflação vêm dos combustíveis que, juntos com alimentos, são responsáveis por 37% da taxa de inflação divulgada ontem.
Com base no desempenho desses dois itens, os que mais pressionaram a inflação no momento, a Fipe está prevendo um recuo da taxa de inflação deste mês para 1%. Em setembro, a taxa volta a cair ainda mais, para 0,5%.
Heron do Carmo diz que essas estimativas são otimistas, mas consistentes. Assim como a taxa subiu rapidamente, deverá recuar na mesma rapidez após a incorporação dos efeitos dos aumentos provocados por geada e tarifas, acredita ele.
A única preocupação do economista da Fipe é com um possível reajuste de tarifas nos transportes públicos. Esse item é de grande peso na composição da inflação e um reajuste de 10% elevaria a taxa em pelo menos 0,5 ponto percentual.
Na primeira quadrissemana do mês, ou seja, nos últimos 30 dias terminados no dia 7, a alimentação teve aumento médio de 2,92%.



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