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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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Competição explica lucratividade elevada, diz presidente da Febraban

DO PAINEL S.A.

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Gabriel Jorge Ferreira, afirma que nenhum setor deve ser punido por apresentar alta rentabilidade. Ele diz que há uma preocupação muito grande com relação ao lucro dos bancos, mas muitos se esquecem de analisar o resultado das empresas não-financeiras. Há, segundo ele, empresas não-financeiras tão ou mais rentáveis do que os bancos.
Ferreira diz que o setor financeiro é um dos mais competitivos do país. A maior prova disso, a seu ver, foi o fato de muitas instituições não terem sobrevivido quando o país passou do período de alta inflação para o de estabilidade.
Segundo o presidente da Febraban, se não há uma concorrência perfeita, não é culpa das instituições, mas do sistema, que dificulta, por exemplo o respeito ao que consta nos contratos bancários.
Para os bancos reduzirem os "spreads", Gabriel Jorge Ferreira diz que são necessárias algumas medidas que não dependem dos bancos, como a modernização do Poder Judiciário. "As execuções judiciais dos créditos na economia são demoradas", diz o presidente da Febraban.
Segundo ele, o atual governo tem consciência dessas distorções na economia e está fazendo o dever de casa para corrigir esses problemas. A aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados é um exemplo disso.

Compromisso
Ferreira diz também que o fato de os bancos terem apresentado bons resultados neste primeiro semestre não significa omissão do governo ou necessidade de intervenção do Estado na economia. Para ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o compromisso de fazer o país voltar a crescer, gerar empregos, e tem tomado medidas nessa direção. "O risco-país tem caído, e a credibilidade do Brasil, aumentado no exterior."
O presidente da Febraban diz que a redução do recolhimento compulsório sobre depósitos à vista -dinheiro que os bancos são obrigados a recolher ao BC- de 60% para 45% irá aumentar o volume de crédito na economia e contribuir para a queda dos juros. A medida, a seu ver, irá fazer com que as pessoas e as empresas se interessem por tomar dinheiro emprestado dos bancos.

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