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Competição explica lucratividade elevada, diz presidente da Febraban
DO PAINEL S.A.
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos),
Gabriel Jorge Ferreira, afirma que
nenhum setor deve ser punido
por apresentar alta rentabilidade.
Ele diz que há uma preocupação
muito grande com relação ao lucro dos bancos, mas muitos se esquecem de analisar o resultado
das empresas não-financeiras.
Há, segundo ele, empresas não-financeiras tão ou mais rentáveis
do que os bancos.
Ferreira diz que o setor financeiro é um dos mais competitivos do
país. A maior prova disso, a seu
ver, foi o fato de muitas instituições não terem sobrevivido quando o país passou do período de alta inflação para o de estabilidade.
Segundo o presidente da Febraban, se não há uma concorrência
perfeita, não é culpa das instituições, mas do sistema, que dificulta, por exemplo o respeito ao que
consta nos contratos bancários.
Para os bancos reduzirem os
"spreads", Gabriel Jorge Ferreira
diz que são necessárias algumas
medidas que não dependem dos
bancos, como a modernização do
Poder Judiciário. "As execuções
judiciais dos créditos na economia são demoradas", diz o presidente da Febraban.
Segundo ele, o atual governo
tem consciência dessas distorções
na economia e está fazendo o dever de casa para corrigir esses problemas. A aprovação da reforma
da Previdência na Câmara dos
Deputados é um exemplo disso.
Compromisso
Ferreira diz também que o fato
de os bancos terem apresentado
bons resultados neste primeiro
semestre não significa omissão do
governo ou necessidade de intervenção do Estado na economia.
Para ele, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tem o compromisso
de fazer o país voltar a crescer, gerar empregos, e tem tomado medidas nessa direção. "O risco-país
tem caído, e a credibilidade do
Brasil, aumentado no exterior."
O presidente da Febraban diz
que a redução do recolhimento
compulsório sobre depósitos à
vista -dinheiro que os bancos
são obrigados a recolher ao BC-
de 60% para 45% irá aumentar o
volume de crédito na economia e
contribuir para a queda dos juros.
A medida, a seu ver, irá fazer com
que as pessoas e as empresas se
interessem por tomar dinheiro
emprestado dos bancos.
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