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VACA DOENTE
Doença foi diagnosticada em cidade próxima a Manaus; fazenda não tinha registro de vacinação desde 2003
Amazonas tem novo foco de febre aftosa
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O Ministério da Agricultura informou ontem que foi encontrado um foco de febre aftosa no município de Careiro da Várzea, próximo a Manaus (AM). A doença
foi diagnosticada em quatro bovinos com idades entre 12 e 24 meses. É o segundo foco da doença
confirmado no país neste ano.
Segundo nota do ministério, a
suspeita foi comunicada no dia 25
de agosto ao Serviço Estadual de
Sanidade Animal do Amazonas e
confirmada após exame do Laboratório de Apoio Animal, do ministério. A fazenda não tinha registro de vacinação contra a febre
aftosa deste ano e de 2003.
A pequena propriedade, com
apenas 34 cabeças de gado, foi interditada. O acesso a fazenda só é
permitido pelo rio Amazonas.
Mesmo assim, todo o município
foi isolado. Em Careiro da Várzea,
que tem cerca de 50 mil km2, há 40
mil cabeças de gado.
Os 1.120 animais de cinco fazendas que fazem limite com a propriedade em que foi registrado o
foco estão interditadas. Foram coletadas amostras de sangue dos
animais para a análise em laboratório. Estão sendo colocados postos de fiscalização na região para
impedir o trânsito de animais.
Além disso, foi iniciada a investigação de origem da doença. Os especialistas da Delegacia Federal
do Ministério da Agricultura no
Amazonas trabalharão em conjunto com os técnicos estaduais.
O ministério informou que já
notificou os organismos internacionais, os países vizinho e os blocos econômicos com os quais
mantém intercâmbio comercial.
O governo argentino vai analisar o informe enviado pelas autoridades brasileiras. De acordo
com o Serviço Nacional de Qualidade Agroalimentar (Senasa) somente depois da análise será possível definir se haverá alguma medida de prevenção.
Em geral, os países proíbem a
importação de carne de locais
com aftosa para protegerem seus
rebanhos. A doença atinge a boca
e a gengiva e provoca feridas nas
patas e nas mamas dos animais.
Doentes, eles têm dificuldade para pastar e perdem peso ou produzem menos leite. A doença ataca bois, porcos, cabras e ovelhas.
Ainda segundo a nota, o rebanho infectado está a 500 km da zona livre de febre aftosa de reconhecimento internacional. O país
é membro da OIE (Organização
Internacional de Epizooties), que
permite as regiões livres da doença a exportar seus produtos.
A fazenda está em um local de
difícil acesso, o que diminui a possibilidade de difusão da doença.
Não há estradas de acesso para
chegar à propriedade. A área pertence ao Circuito Pecuário Norte,
que é classificada de alto risco para o surgimento da aftosa. O sistema de defesa sanitária animal está
em implantação, e a produção é
apenas para o consumo local.
Ontem, o delegado do Ministério da Agricultura no Amazonas,
Rogério Vasconcelos, disse que a
falta de vacinas é um dos motivos
para o surgimento do foco em Careiro da Várzea. "É uma pequena
propriedade, com produção mais
para subsistência, onde o proprietário não vacinou seus animais."
Ele afirmou que as barreiras que
interditaram o município estão
sendo apoiadas por lanchas da
Capitania dos Portos e que todo o
rebanho do município já começou a ser vacinado.
Vasconcelos explicou ainda que
70% da carne consumida em Manaus é importada de outros Estados, não havendo possibilidade
de contaminação em humanos ou
disseminação da doença.
Colaborou Cláudia Dianni, de
Buenos Aires
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