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MEMÓRIA
Doença no Pará trouxe veto à carne brasileira
DA REDAÇÃO
O anúncio da descoberta
de um foco de febre aftosa
em junho no município de
Monte Alegre, no Pará, levou países importadores de
carne brasileira como Rússia
e Argentina a suspender as
compras do produto.
Os primeiros a levantarem
às barreiras foram os russos,
quarto maior mercado brasileiro para o produto. A medida foi tomada apesar de o
Pará não estar localizado na
região livre da febre e, por isso, não ser um exportador.
Dias depois, foi a vez de a
Argentina seguir o exemplo
russo e impedir as compras
de "animais suscetíveis à aftosa". A alegação dos argentinos foi a de que o governo
brasileiro não comunicou
devidamente a seu parceiro
a extensão do problema. Segundo o Ministério da Agricultura brasileiro, o governo
informou apenas a Organização Internacional de Epizootia (OIE) sobre a descoberta do foco.
A Argentina não é um
grande consumidor de carnes brasileiras. No ano passado, comprou 23 mil toneladas de carne de porco. Já a
Rússia importou bem mais:
612 mil toneladas.
Para suspender o embargo
russo, o Brasil cogitou aceitar liberar as importações de
trigo do país, suspensas pelo
receio de transmissão de
doenças. A proposta irritou
os argentinos, parceiros do
Mercosul, que exportam sua
produção de trigo com tarifa
zero para o Brasil.
Mesmo sem a liberação do
trigo, a Rússia aceitou em julho liberar, parcialmente, as
importações de carne do
Brasil. A única condição foi a
manutenção do veto às exportações de Mato Grosso,
Estado vizinho ao Pará. Mato Grosso é responsável por
4,9% das vendas externas
brasileiras do produto.
Na mesma semana, a Argentina também decidiu levantar a barreira que impedia as compras de carne brasileira. Só que, nesse caso,
não houve restrições aos
produtos de Mato Grosso.
Para evitar novos problemas, o Ministério da Agricultura anunciou, à época,
que tentaria criar um órgão
internacional, com países do
Mercosul e a África do Sul,
para o controle sanitário.
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