São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2004

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MEMÓRIA

Doença no Pará trouxe veto à carne brasileira

DA REDAÇÃO

O anúncio da descoberta de um foco de febre aftosa em junho no município de Monte Alegre, no Pará, levou países importadores de carne brasileira como Rússia e Argentina a suspender as compras do produto.
Os primeiros a levantarem às barreiras foram os russos, quarto maior mercado brasileiro para o produto. A medida foi tomada apesar de o Pará não estar localizado na região livre da febre e, por isso, não ser um exportador.
Dias depois, foi a vez de a Argentina seguir o exemplo russo e impedir as compras de "animais suscetíveis à aftosa". A alegação dos argentinos foi a de que o governo brasileiro não comunicou devidamente a seu parceiro a extensão do problema. Segundo o Ministério da Agricultura brasileiro, o governo informou apenas a Organização Internacional de Epizootia (OIE) sobre a descoberta do foco.
A Argentina não é um grande consumidor de carnes brasileiras. No ano passado, comprou 23 mil toneladas de carne de porco. Já a Rússia importou bem mais: 612 mil toneladas.
Para suspender o embargo russo, o Brasil cogitou aceitar liberar as importações de trigo do país, suspensas pelo receio de transmissão de doenças. A proposta irritou os argentinos, parceiros do Mercosul, que exportam sua produção de trigo com tarifa zero para o Brasil.
Mesmo sem a liberação do trigo, a Rússia aceitou em julho liberar, parcialmente, as importações de carne do Brasil. A única condição foi a manutenção do veto às exportações de Mato Grosso, Estado vizinho ao Pará. Mato Grosso é responsável por 4,9% das vendas externas brasileiras do produto.
Na mesma semana, a Argentina também decidiu levantar a barreira que impedia as compras de carne brasileira. Só que, nesse caso, não houve restrições aos produtos de Mato Grosso.
Para evitar novos problemas, o Ministério da Agricultura anunciou, à época, que tentaria criar um órgão internacional, com países do Mercosul e a África do Sul, para o controle sanitário.


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