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COMÉRCIO
Comissário Pascal Lamy pediu reunião, e ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) diz aguardar novidades
Brasil espera destravar acordo com a UE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, espera que
o comissário de Comércio europeu, Pascal Lamy, desembarque
amanhã, em Brasília, com novidades que permitam destravar as
negociações para criar uma área
de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia.
"Estou curioso para saber se
Lamy vai trazer algo de novo",
disse Amorim, durante entrevista
para correspondentes estrangeiros no Itamaraty. A última reunião técnica entre os dois blocos
econômicos, na primeira quinzena de agosto, fracassou.
Para que as conversas continuem bem, Amorim cobra de
Lamy a apresentação completa da
proposta da UE para o Mercosul.
O Mercosul, diz o ministro, está
disposto a fazer novas concessões
em temas considerados prioritários para os europeus, como serviços, compras governamentais e
investimentos, mas quer ver o que
de fato a Europa tem a oferecer.
Com o fracasso da última reunião, ficou difícil cumprir o prazo
de outubro para fechar o acordo.
O próprio Amorim já fala que, se
não for possível avançar, as negociações continuarão no próximo
ano. Lamy não estará mais na comissão, que trocará seus representantes no final de outubro.
O ministro, no entanto, avalia
que ainda há uma chance de conseguir um acordo em outubro e,
por isso, aceitou se reunir com o
seu colega europeu. A idéia do encontro partiu do próprio Lamy.
"Não podemos negociar com excesso de pressa, mas não podemos deixar passar uma oportunidade", disse Amorim. "Vamos
ver o que se pode fazer."
As conversas entre o comissário
e Amorim -estarão presentes
também os ministros Roberto
Rodrigues (Agricultura) e Luiz
Fernando Furlan (Desenvolvimento)- não serão sobre os detalhes técnicos do acordo. Será
uma tentativa de dar impulso político às negociações. Não é a primeira vez que uma reunião de alto nível é convocada para tentar
superar impasses na área técnica.
Índia
Se as negociações com a UE estão numa fase difícil, as conversas
entre o Mercosul e a Índia caminham bem. Ontem, as duas regiões praticamente fecharam o
seu primeiro acordo de preferências tarifárias, que envolve redução de imposto de importação para 900 produtos (450 de cada lado), 30% do comércio bilateral.
O comércio entre as duas nações está em cerca de US$ 1 bilhão. A Índia é um dos parceiros
importantes do país no G20, grupo que pressiona pela liberação
do comércio agrícola na OMC
(Organização Mundial do Comércio), e é citada como estratégica para as relações internacionais brasileiras.
A expectativa entre os negociadores é que o acordo seja assinado
em outubro. O objetivo é usar esse primeiro entendimento para
chegar a uma área de livre comércio.
(ANDRÉ SOLIANI)
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