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Governo de Cingapura barra ativistas liberados pelo FMI
Manifestantes pretendiam organizar protestos durante a reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial que começa esta semana no país
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA
O governo de Cingapura barrou a entrada no país de dezenas de ativistas que pretendiam
realizar manifestações durante
a reunião conjunta do FMI
(Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, que
começa esta semana.
Entre os barrados, há 20 manifestantes cujos nomes já tinham sido pré-aprovados pelo
FMI e pelo Banco Mundial
(Bird) para participarem do encontro. A principal alegação do
governo para a medida é o temor de ataques terroristas.
O presidente do Bird, Paul
Wolfowitz, condenou a decisão
e afirmou que algumas das organizações impedidas de entrar
no país já tinham até reuniões
pré-agendadas com funcionários da instituição.
O Bird e o FMI chegaram a
emitir um comunicado afirmando que Cingapura violou os
termos do acordo que ofereceu
ao país a oportunidade de sediar a reunião. Os encontros
bianuais do FMI e do Bird normalmente ocorrem em Washington, mas uma vez a cada
dois anos são transferidos para
um outro país.
Assim como nas reuniões de
Washington, o FMI e o Banco
Mundial haviam concordado
em permitir protestos de rua
fora dos perímetros de segurança. Mas as autoridades locais também proibiram qualquer manifestação pública,
confinando os encontros a locais reservados e previamente
indicados. O único local aberto
disponível aos manifestantes é
uma área de um parque fechada com alambrados e arame
farpado.
As autoridades policiais
anunciaram que foram levantados vários nomes de pessoas
e organizações que participaram de protestos contra a OMC
(Organização Mundial do Comércio), em Hong Kong, em
dezembro de 2005. Alguns estão entre os barrados outros serão alvo de vigilância nos próximos dias.
O governo local também
anunciou que não permitirá,
nas manifestações, o uso de
qualquer instrumento que possa ser usado contra os policiais
e se dispôs, inclusive, a fornecer
placas de papelão e isopor e faixas de pano aos manifestantes.
Em Cingapura, toda manifestação pública precisa ter autorização expressa das autoridades policiais. No total, cerca
de 10 mil homens das forças de
segurança foram designados
para controlar a cidade.
Menor país
Cingapura é uma ex-colônia
britânica composta de 63 ilhas.
Depois de ter passado brevemente para as mãos dos japoneses durante a Segunda Guerra e de participar da Federação
da Malásia, tornou-se totalmente independente em 1965.
Com poucos recursos naturais, o conjunto de ilhas, que
formam o menor país do sudoeste asiático, especializou-se
na fabricação de produtos eletrônicos e tornou-se um importante entreposto comercial.
A renda per capita de Cingapura, de cerca de U$$ 33 mil/ano, é a maior da Ásia. Na semana passada, o país apareceu em
primeiro lugar em ranking do
Banco Mundial sobre a facilidade de ser fazer negócios. Cingapura é uma república parlamentarista dominada pelo PAP
(People's Action Party, partido
da ação do povo, em inglês) desde que o país se tornou independente.
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