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Bolsa de SP sobe 2,5% após fortes oscilações
Ações de Vale e Petrobras registram recuperação; Bolsa avança nos EUA
Dólar se mantém em alta e alcança R$ 1,788; apesar de melhora ontem, mercado acionário ainda está muito instável, afirma analista
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ancorada na apreciação dos
papéis de Petrobras e Vale, a
Bovespa conseguiu sair do vermelho ontem, ao encerrar o
pregão com valorização de
2,47%, aos 49.633 pontos. Essa
foi a maior alta da Bolsa paulista em três semanas.
Mas a queda da Bolsa no mês
ainda é elevada, ficando em
10,86%. No acumulado do ano,
a baixa está em 22,3%.
Ontem os investidores se depararam com o anúncio do aumento mais forte que o esperado do PIB brasileiro, que subiu
6,1% no segundo trimestre.
Nos EUA, o mercado também evitou novas perdas, mas
as altas foram menos intensas
do que a registrada por aqui: a
Bolsa eletrônica Nasdaq subiu
0,85%, e o índice Dow Jones teve elevação de 0,34%.
Quem não mudou o rumo
ontem foi o dólar. A moeda
americana terminou as operações com apreciação de 0,9%
diante do real, a R$ 1,788, e passou a acumular alta em 2008
(0,62%). O fortalecimento do
dólar não tem se restringido ao
real. Diante do euro, a moeda
dos EUA atingiu ontem seu nível mais alto em um ano.
Com os investidores ainda
atentos às oscilações das commodities no exterior e à temperatura da crise financeira que
assombra os Estados Unidos, a
Bolsa paulista viveu um pregão
de forte volatilidade. Pela manhã, ela chegou a recuar 1,71%.
Já em seu melhor momento,
marcou alta de 3,14%.
A Bovespa movimentou ontem R$ 6,25 bilhões, número
cerca de 30% superior à média
diária de agosto.
"Petrobras e Vale ajudaram a
Bovespa a fechar com alta mais
forte. Mas ainda é cedo para se
animar. Novas quedas no mercado acionário podem ocorrer
a qualquer momento, pois não
houve a divulgação de nenhum
dado que sinalize a proximidade do fim da crise de crédito nos
EUA", afirmou José Francisco
Gonçalves, economista-chefe
do Banco Fator.
A perda de intensidade no recuo do petróleo abriu espaço
para as ações da Petrobras se
recuperarem um pouco. No
pregão de ontem, a ação ON da
estatal subiu 2,30%, e a PN,
1,16%. Juntas, as ações da estatal concentraram quase 30%
das operações feitas no dia.
O barril de petróleo encerrou
a US$ 102,58 em Nova York,
com leve recuo de 0,66%.
Após o encerramento do pregão, a Petrobras fez anúncio de
avaliação do potencial do campo de Iara, no pré-sal da Bacia
de Santos que, estima, pode alcançar de 3 bilhões a 4 bilhões
de barris de petróleo leve e gás.
No "after market" -operações realizadas após o fechamento normal do pregão-, as
ações PN da Petrobras chegaram a subir 3,17%.
Os papéis da Vale tiveram um
dia de recuperação ainda mais
forte. Movidas pela perspectiva
de que a empresa consiga um
novo reajuste no mercado asiático, as ações da Vale subiram
5,72% (PNA) e 5,86% (ON). A
recuperação das commodities
metálicas também ajudou a
atrair compradores.
Na Europa e na Ásia, não
houve espaço para recuperações. A Bolsa de Londres perdeu 0,91%. Em Tóquio, o índice
Nikkei recuou 0,44%. Um dos
principais destaques de baixa
foi a Bolsa da Rússia -país
muito dependente do setor de
petróleo-, que perdeu 3,75%.
Ontem o banco americano
Lehman Brothers divulgou
prejuízo trimestral de US$ 3,9
bilhões e anunciou medidas para tentar sair da crise que atravessa. O banco sofre com temores de que possa quebrar no
curto prazo -suas ações despencaram quase 89% no ano.
Enquanto o cenário externo
não der sinais mais fortes de
que a crise está se debelando,
analistas avaliam que o retorno
de capital externo para a Bovespa, importante para sua recuperação, será difícil.
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