São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Lehman Brothers tem maior perda em 158 anos

DA REDAÇÃO

O Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimento dos EUA, teve um prejuízo de US$ 3,9 bilhões no seu terceiro trimestre fiscal, a maior perda nos 158 anos da história da instituição. O banco, que já tinha perdido US$ 2,8 bilhões no trimestre anterior, anunciou ainda que pretende vender a maior parte da sua divisão de investimentos, para tentar cobrir uma parcela dos prejuízos.
O banco decidiu antecipar a divulgação do seu balanço (marcado inicialmente para a semana que vem) depois que as suas ações caíram mais de 40% anteontem, após o fracasso das negociações para vender uma parte da instituição para o governo da Coréia do Sul.
"Esse é um momento extraordinário para a nossa indústria e um dos períodos mais difíceis da história da instituição", afirmou, em comunicado, o presidente-executivo do banco, Richard Fuld. "As iniciativas estratégicas anunciadas hoje [ontem] refletem a nossa determinação em reposicionar o Lehman Brothers."
No entanto, para Bill Fitzpatrick, analista da Optique Capital Management, são "desesperadas" as medidas anunciadas pelo banco, que incluem também a divisão do seu setor de mercado imobiliário e a sua venda do seu portfólio imobiliário no Reino Unido.
"Eles tentaram levantar capital com fundos soberanos e isso não funcionou. Agora eles estão vendendo divisões do negócio, o que destrói a força dos lucros futuros."
Apesar do resultado ruim, as ações do Lehman Brothers chegaram a ficar positivas ontem, mas terminaram o pregão em Nova York com queda de 6,93%. "Você está lidando com uma questão de confiança", disse Doug Roberts, estrategista da Channel Capital Research. "O que as pessoas estão dizendo é que não houve uma resolução para o problema."
Ainda assim, as Bolsas americanas conseguiram recuperar uma parte das perdas expressivas do dia anterior. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 0,34%. O S&P 500 (mais amplo) se valorizou em 0,61%, depois de ter tido anteontem a maior queda desde fevereiro de 2007.
Desde que o Bear Stearns foi adquirido pelo JPMorgan, no fim de março em uma operação de resgate montada pelo Fed (o banco central norte-americano), o Lehman Brothers é constantemente apontado como a próxima instituição a cair. O banco de investimento foi um dos mais afetados com as perdas do mercado "subprime" (de hipotecas de alto risco), que começou a ruir no segundo semestre do ano passado.
Segundo levantamento da Bloomberg, os maiores bancos mundiais tiveram perdas de crédito e baixas contábeis (revisão do valor de ativos) de US$ 511 bilhões desde 2007.


Com agências internacionais


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