São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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Clinton derruba mercados da Europa

das agências internacionais

Ontem foi um dia de perda para as Bolsas da Europa, influenciadas pela persistência da crise financeira russa e latino-americana e pela preocupação sobre o destino do presidente norte-americano, Bill Clinton, envolvido no caso Monica Lewinsky.
"O destino do presidente Bill Clinton é hoje a principal razão das quedas", afirmou Larry Wachtel, um dos principais analistas da Prudential Securities.
O mercado também assistiu nervoso às quedas das Bolsas brasileira, argentina e mexicana. As previsões negativas sobre a queda dos lucros das empresas norte-americanas e uma diminuição das exportações desse país também influenciaram os pregões.
Na Europa, a pior queda, de 7,07%, foi a da Bolsa de Madri, na Espanha, que perdeu 600,9 pontos do seu principal índice.
O desempenho foi influenciado sobretudo pela crise na América Latina, segundo um importante corretor espanhol. "O fantasma da América Latina está de volta sobre os bancos espanhóis e por isso tivemos uma baixa histórica", disse ele. Esse foi o pior resultado da Bolsa de Madri desde de 1991.
Mesmo assim, o volume de negócios em Madri foi considerado alto. Chegou a US$ 1.66 bilhão, próximo ao recorde de 25 de março, quando foram negociados quase US$ 2 bilhões.
Os bancos espanhóis estão muito expostos no mercado latino-americano, o que os torna muito vulneráveis, afirmaram analistas da agência de classificação de risco Standard & Poor's. Ontem, essa agência publicou um relatório negativo sobre a solidez dos bancos espanhóis.
A Bolsa de Londres, por sua vez, despencou 3,3%. Corretores de valores afirmaram que a queda foi puxada pelo Bolsa de Nova York, que caiu 3,17%.
A Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, também influenciada pelo desempenho negativo do Dow Jones (índice da Bolsa de Nova York), perdeu 293,54 pontos no seu principal índice, o DAX-30, fechando com queda de 5,82%.
A desvalorização do dólar diante das principais moedas colaborou com o resultado alemão. Ontem o dólar fechou cotado a 1,6840 marcos, com baixa de 1,98% em relação a quarta-feira.
Diante do iene, a moeda japonesa, o dólar caiu 3,71%, fechando a 134,25.
As Bolsas asiáticas também caíram ontem, embora menos que as Bolsas européias.
Em Tóquio, no Japão, a Bolsa fechou com pequena baixa de 0,61%.
Em Hong Kong, depois de um dia com poucas operações, a queda foi de 0,70%.
A Bolsa de Valores de Kuala Lumpur, capital da Malásia,também fechou com baixa de 2,43%.



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