São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Índices de inflação dividem apostas do mercado sobre juro

Os analistas do mercado ficaram bastante divididos ontem com a divulgação dos índices de inflação. A divisão diz respeito à decisão da taxa de juro básica da economia na reunião do Copom da próxima semana.
Uma parte reviu suas projeções e passou a acreditar na possibilidade de uma queda de 0,25 ponto percentual na Selic na reunião da próxima quarta-feira, depois do resultado do IPCA de setembro, que registrou uma alta de 0,18%, um número bem inferior ao 0,47% de agosto.
Já outra parte do mercado manteve as apostas de o Banco Central fazer uma parada técnica na semana que vem para poder retomar depois os cortes de juros com mais segurança sobre a desaceleração da inflação. O número do IGP-M divulgado ontem reforça essa tese da interrupção da queda da Selic.
Se o IPCA de setembro surpreendeu positivamente o mercado, com o IGP-M ocorreu exatamente o contrário. O IGP-M registrou uma alta de 0,84% na primeira prévia de outubro, um resultado superior ao 0,80% de setembro. O número assustou o mercado.
A alta do IGP-M também preocupou a equipe econômica do governo. O principal motivo do susto foi o aumento do IPA (Índice de Preços por Atacado), de 1,14%. O grande vilão foi o IPA agrícola, que registrou uma alta de 3,65%. Nos últimos 12 meses, o IPA agrícola já acumula uma alta de 17,33%.
A maior pressão dessa vez sobre o IPA agrícola foi da carne, do feijão e dos grãos, apesar de o leite ter até baixado de preço. Na opinião de membros da equipe econômica, esse efeito altista da carne e do feijão deve arrefecer nas próximas semanas, com a entrada da safra desses produtos e dos grãos.
O que se pode concluir, a partir desses dados, é que a reunião do Copom da próxima semana deve ser uma das mais difíceis da história. O Banco Central manifestou de forma muito clara, tanto na última ata do Copom como no Relatório da Inflação, que iria frear o processo de queda do juro, mas, desde então, os números vieram muito favoráveis e os índices de preços ao consumidor se desaceleraram fortemente.

Advent compra rede Viena de restaurantes

O fundo Advent International acaba de adquirir a rede de restaurantes Viena. Focados no segmento de varejo de alimentos, o fundo também comprou, no começo do ano, o grupo RA, de concessões de restaurantes nos aeroportos.
A idéia, agora, segundo Patrice Etlin, sócio responsável pela Advent no Brasil e "arquiteto" destas incorporações, é promover a sinergia entre as duas companhias."Vamos centralizar todos os processos", diz.
Há também o plano de expansão da rede Viena, que hoje conta com 60 unidades e quatro marcas no eixo Rio-São Paulo. "Há potencial para abrir esse tipo de restaurante, de "casual dinning", em todas as regiões do país. Vamos acompanhar a explosão dos shoppings", diz.

TURBINADA
A Helpmed, distribuidora de produtos cirúrgicos e dermocosméticos, acaba de trazer ao país um novo modelo de prótese mamária da Perthese, fabricada pelo laboratório francês Perouse Plastie. O modelo, segundo Valéria Amódio, diretora de marketing da Helpmed, pode ser calculado na proporção do corpo da paciente e acompanha a tendência das mulheres que agora procuram resultado mais natural. "O que hoje existe é o modelo redondo perfil alto. O perfil natural parece mais com o seio." A empresa espera fechar 2007 com aumento de 40% na quantidade de próteses vendidas.

BOLA NO PÉ
O presidente Lula pensa em ir, no dia 30, a Zurique, na Suíça, para a cerimônia de anúncio do país sede da Copa de 2014. O Brasil é o único candidato a sediar o Mundial. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, desembarcou ontem na Suíça, com toda a programação do evento.

ARRIBA
A chegada do Banco Azteca e das lojas Elektra ao Brasil é apenas a primeira leva de investimentos de Ricardo Salinas Pliego, terceira fortuna do México, no país. O conglomerado de empresas mexicanas, em parceria com chineses, pensa em abrir uma montadora no Brasil. Delfim Netto pavimenta eventuais entraves políticos e o escritório Demarest e Almeida cuida do jurídico.

POLÊMICA LEVE
A JWT rebate a Y&R na polêmica do "pega leve". A empresa diz que lançou, em 14 de setembro, a campanha de consumo responsável para Smirnoff, com o conceito "uggo não". Frases usadas no texto dos anúncios e outras peças da campanha, como "pega leve", segundo a JWT, são só de uso coloquial e não o conceito central da campanha. A empresa diz que as idéias criativas são totalmente diferentes das da campanha da Schincariol e que, de qualquer forma, a anterioridade é da JWT, que veiculou um outdoor para Smirnoff com a expressão "pegar leve", dia 21 de julho.

NA CORDILHEIRA
A Bodega Terrazas de los Andes recebe, dia 13, 166 casais do 12º Meeting de João Doria para um assado típico.

CALCULADORA
A Associação Brasileira de Franchising está reavaliando a projeção de crescimento do setor para este ano em relação a 2006 de 12% para 14%. Com a alta, o faturamento deve ser de cerca de R$ 46 bilhões. Segundo a entidade, os segmentos de alimentação, higiene e beleza e serviços automotivos são responsáveis pelo aumento.

ENERGIA
A Abrace (de consumidores industriais de energia e consumidores livres) faz em dezembro um leilão de compra de energia para o mercado livre. A associação espera negociar cerca de 1.800 MW médios de energia firme para 2008 e 2009 para atender à demanda de energia dos seus associados, que são 75% do mercado livre. A iniciativa tem apoio da Empresa de Pesquisa Energética e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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