|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVISÃO
País volta a crescer no início do ano e "efeito Lula" não influencia economia, afirma secretário-executivo da Fazenda
Retomada econômica será rápida, diz Bier
VIVALDO DE SOUSA
COORDENADOR DE ECONOMIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A economia brasileira deverá
retomar sua trajetória de crescimento no primeiro semestre do
próximo ano, segundo previsão
de Amaury Bier, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
"O processo de recuperação será
muito rápido", disse.
Segundo o economista, a perspectiva da economia norte-americana, após a última redução da
taxa de juros, é expansionista, e isso terá uma repercussão boa no
cenário mundial nos próximos
meses. Mas restam pelo menos
duas questões sobre as quais ainda há muitas dúvidas.
A primeira delas é como ficam
os conflitos provocados pelos
atentados terroristas contra os Estados Unidos em setembro. Se ficarem restritos ao Afeganistão, o
efeito negativo sobre a economia
mundial tenderá a ser menor, o
que facilitará a recuperação. A segunda é o momento e a intensidade da recuperação da economia
dos Estados Unidos.
Sem "efeito Lula"
No cenário interno, Bier disse
que o racionamento será resolvido em 2002, inclusive com investimentos do setor privado. "O racionamento provocou uma crise
de demanda muito mais pelo seu
anúncio do que pelos efeitos."
Nem mesmo a possibilidade de
um candidato da oposição ganhar
a eleição presidencial deverá atrapalhar a recuperação econômica,
segundo Bier. "Isso não deve ser
um elemento perturbador", disse
ele, acrescentando que a estabilidade da moeda é um princípio
que já foi internalizado pelo sociedade brasileira.
Indagado se já está na hora de
reduzir juros, Bier disse que essa é
uma decisão que cabe somente ao
Banco Central.
Para ele, a queda na cotação do
dólar, que fechou a semana em R$
2,53, foi consequência de uma série de fatores. Entre eles, a melhora no saldo da balança comercial e
nas expectativas com relação à
crise argentina.
"Num sistema de câmbio flutuante, a cotação sobe, cai, sobe e
pode cair novamente", disse Bier,
que citou ainda as medidas adotadas pelo BC para reduzir os investimentos dos bancos em dólares
como outro motivo para a valorização do real.
Também contribuiu para esse
cenário o descolamento do risco
do Brasil e do da Argentina, que se
acentuou nos últimos dias. Outro
fator positivo foram as intervenções feitas pelo BC por meio da
venda de títulos cambiais e de dólares.
Texto Anterior: Luís Nassif Próximo Texto: Economistas prevêem mais calote no início de 2002 Índice
|