DA REDAÇÃO

O vice-presidente do Peru, Raul Diez Canseco, afirmou ontem que o governo norte-americano vai anunciar, na semana que vem, que os EUA iniciarão as negociações para um acordo bilateral de comércio com o país andino.
"Na próxima terça-feira, às 16h, numa sessão pública, o governo dos EUA vai anunciar o começo das negociações de um tratado de comércio com o Peru", disse Diez Canseco, durante uma entrevista coletiva, em Lima.
Diez Canseco, 55, fez o anúncio após o discurso em que renunciou ao cargo de ministro do Turismo e do Comércio Exterior. De acordo com informações da imprensa local, o vice-presidente ajudou, com empregos e outros benefícios, uma suposta namorada e parentes.
O presidente peruano, Alejandro Toledo, já havia manifestado sua intenção de assinar o acordo bilateral com os americanos ainda no ano que vem, quando irá aos EUA em viagem oficial. A decisão do Peru enfraquece o grupo do Brasil, que perde mais um possível aliado nas negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e da OMC (Organização Mundial do Comércio).
O Peru, assim como a Colômbia e a Bolívia, já tem certos privilégios concedidos pelo governo norte-americano, como compensação ao acordo que prevê a erradicação do cultivo de cocaína nos países dos Andes. Alguns produtos desses países podem entrar nos EUA com tarifa zero.
O vice-presidente acabou de retornar dos EUA, onde justamente havia acertado os últimos detalhes sobre o início das negociações. De acordo com o governo peruano, a viagem a Washington foi a última atividade de Diez Canseco à frente do ministério.
Empresário que ajudou a levar para o país as redes americanas de restaurantes Pizza Hut e KFC, Diez Canseco havia causado mal-estar ao dizer que o Peru deixaria o grupo dos 20 países em desenvolvimento liderado por Brasil, China e Índia antes mesmo de o presidente Toledo ter tomado uma decisão a respeito.