DA FOLHA ONLINE
DA REDAÇÃO

Os governos de Rússia e EUA chegaram a um acordo ontem sobre a entrada dos russos na OMC (Organização Mundial do Comércio). Segundo as autoridades dos dois países, os detalhes finais deverão ser acertados na semana que vem, quando os presidentes Vladimir Putin e George W. Bush se encontram no Vietnã.
"As delegações dos governos dos dois países concordaram com todas as condições principais deste acordo", informou o Ministério russo de Comércio e Desenvolvimento Econômico, em um comunicado.
"Temos um acordo e estamos finalizando os detalhes", disse a chefe do USTr (espécie de Ministério do Comércio Exterior dos EUA), Susan Schwab. "Esse acordo irá marcar um passo importante para que a Rússia consiga entrar na OMC."
Fontes ouvidas pela Associated Press disseram que o progresso das negociações pode estar vinculado à forma como o governo russo irá se posicionar em relação ao programa nuclear do Irã.
Apesar do acerto, as autoridades americanas deixaram claro que vão continuar a pressionar o comprometimento de Moscou com vários pontos durante a fase multilateral do processo de ingresso. Um dos assuntos que Washington enfatizará será a questão da propriedade intelectual. Para os EUA, não basta aprovar leis sobre direito autoral, é preciso que elas sejam cumpridas.
Caso o acordo bilateral se concretize, será o fim das negociações que se arrastam há 13 anos entre russos e americanos. A Rússia é a maior economia ausente da OMC, formada por 150 países.
Para que Moscou ingresse no organismo, é preciso que todos os demais integrantes concordem com a sua entrada. Logo, sua presença na entidade não deverá ocorrer ainda neste ano.
Além dos EUA, a Rússia ainda precisa firmar um acordo com a Costa Rica, e os governos de Moldova e Geórgia necessitam confirmar seus acertos. No segundo caso, a situação poderá se complicar, já que a relação entre os dois países está tensa.
O governo georgiano já afirmou que pretende bloquear a entrada russa na OMC. A iniciativa será uma retaliação aos bloqueios aéreo, naval, terrestre e postal impostos pela Rússia devido à detenção de quatro militares russos, acusados de espionagem.