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VisaNet vira Cielo e tenta manter a liderança do setor
Mudança antecipa fim da exclusividade da empresa com a bandeira Visa; contrato se encerra em 2010
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O nome VisaNet vai deixar de
existir e em seu lugar entra
uma nova marca, a Cielo. A mudança segue a estratégia da
companhia em se manter líder
do segmento de meios eletrônicos de pagamento e antecipa o
fim do contrato de exclusividade da empresa com a Visa, em
junho de 2010.
A companhia quer agora ser
conhecida por seu 1,6 milhão de
clientes como uma credenciadora multibandeira. A mudança também corrobora com os
esforços do governo em regulamentar o setor.
Acusado pelo Ministério Público Federal e pelo Banco Central de concentrarem o mercado em duas bandeiras -a Visa e
a MasterCard-, o segmento
chegou a levantar suspeitas do
poder público sobre abuso de
poder econômico.
Enquanto a regulação do setor não é definida no papel, a
VisaNet sai na frente lançando
uma pesada campanha publicitária na sexta-feira para deixar
claro aos comerciantes que, na
prática, as coisas mudam muito
pouco. Entra o nome novo, Cielo, mas as máquinas serão repostas gradativamente, já que,
segundo Eduardo Chedid, vice-presidente de Soluções e Negócios da quase extinta VisaNet,
elas já estão aptas a receber pagamentos de cartões que não
são Visa, como os cartões de
crédito American Express. "A
tecnologia está pronta", afirma.
O presidente da VisaNet, Rômulo de Mello Dias, diz não temer que as transformações o
façam perder mercado. "Acredito que a pizza está aumentando, então teremos espaço para
crescer", afirma. O alvo principal da marca para manter o
crescimento da companhia na
casa dos 20% são as regiões
Norte e Nordeste. "São locais
em que a presença bancária, de
modo geral, é pequena, e a de
cartões de débito e crédito, menor ainda", explica Mello.
Os investidores também receberão atenção especial nessa
fase de transição. A empresa fez
um grande IPO [oferta inicial
de ações] em junho e captou R$
8,4 bilhões de 52 mil investidores. "Vamos fortalecer nosso
relacionamento com esses investidores e focar na divulgação e no desenvolvimento de
produtos exclusivos", diz Mello.
(PAULA NUNES)
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