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ALCA
Nicholas Stern, economista-chefe da instituição, defende fim de subsídio de ricos
Banco Mundial apóia "fast
track" e ataca protecionismo
DA SUCURSAL DO RIO
O economista-chefe do Banco
Mundial, Nicholas Stern, discorda, em parte, do presidente Fernando Henrique Cardoso em relação à aprovação pela Câmara
norte-americana do fast track,
mecanismo pelo qual o governo
dos Estados Unidos pode agilizar
as negociações para a formação
da Alca (Área para o Livre Comércio das Américas).
Na sua visão, a aprovação do
dispositivo é um fato a se comemorar: "É melhor tê-lo aprovado
do que não. É um passo importante", disse ele no Rio ao defender a liberalização comercial como caminho para inclusão e desenvolvimento dos países pobres.
Stern afirmou, no entanto, que
o mais importante ainda está por
vir, que é a aprovação do mecanismo pelo Senado dos EUA e a
decisão final do presidente norte-americano, George W. Bush.
Apesar de falar de modo genérico, e não somente em relação às
restrições impostas pela Câmara
ao aprovar o fast track, Stern criticou todas as formas de protecionismo e subsídios adotadas pelos
países ricos.
"É inaceitável que os países desenvolvidos falem para os pobres
que eles têm de adotar aquilo que
eles próprios não fazem", declarou Stern, em referência à imposição de regras nos acordos bilaterais pelos países ricos, nos quais
querem liberdade comercial das
nações em desenvolvimento sem,
em contrapartida, derrubar suas
barreiras.
O economista-chefe do Banco
Mundial se disse surpreso "com a
enfática defesa do presidente Fernando Henrique Cardoso" aos interesses do país em relação à Alca,
mostrando-se contrário às imposições -sobretudo as restrições
ao comércio agrícola- da Câmara norte-americana na aprovação
do fast track.
Stern afirmou ainda que os EUA
têm melhorado sua postura nas
negociações comerciais internacionais, sendo mais flexível. Citou
o exemplo da reunião da OMC
(Organização Mundial do Comércio), em Doha, no Catar.
Para ele, os Estados Unidos tiveram uma postura ativa tanto em
viabilizar a reunião como em torná-la bem sucedida. Em Doha, foi
sinalizado pelos países ricos que
eles podem flexibilizar seus subsídios e mecanismos de protecionismo agrícolas.
Receita
Nicholas Stern apresentou ontem, durante encontro da Rede
Global de Desenvolvimento, sua
receita para o desenvolvimento
dos países pobres.
Para o economista, a fórmula
inclui aumento do acesso das nações pobres aos mercados mundiais e ampliação dos investimentos sociais dos países ricos nos
seus pares menos favorecidos. Ele
defende que os ricos aumentem
sua cota de investimento dos
atuais 0,2% de seus PIBs (Produto
Interno Bruto) para 0,7%.
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