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Brasil recebe US$ 2 bi do exterior em novembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil recebeu cerca de US$ 2
bilhões em investimento direto
estrangeiro em novembro, segundo o Banco Central. O valor é 33%
maior do que o apurado em outubro. Com esse resultado, o investimento externo no país neste ano
chegou a US$ 18,6 bilhões.
A estimativa do BC é que o país
receba, neste ano, um total de US$
19 bilhões em investimento externo. O acumulado até novembro
indica que essa previsão será superada, o que pode ajudar a puxar
para baixo a cotação do dólar.
O ingresso de um grande volume de capital externo foi um dos
motivos apontados por analistas
para explicar por que o dólar recuou nas últimas semanas. Além
disso, as intervenções diárias que
o BC tem feito no mercado de
câmbio também favoreceram a
valorização do real.
A partir de julho, o BC começou
a vender, diariamente, uma pequena quantia -US$ 50 milhões
na maioria das vezes- de dólares
ao mercado. Até ontem, US$ 5,6
bilhões já haviam sido gastos nessas intervenções diárias. A decisão foi tomada num momento em
que o dólar começava a disparar.
Um dia antes de a medida ter sido
anunciada, a moeda norte-americana era cotada a R$ 2,39.
Agora, mesmo com o dólar negociado próximo a R$ 2,33, o BC
mantém as intervenções diárias.
Até o final do ano, o BC deve vender mais US$ 650 milhões.
Para o ano que vem, porém, essas vendas podem ser suspensas.
Nos próximos dias, o BC deve
anunciar como serão as intervenções no câmbio a partir do ano
que vem. É possível que as vendas
diárias de dólares sejam reduzidas ou até mesmo suspensas.
As intervenções diárias no câmbio têm o objetivo de auxiliar no
equilíbrio do balanço de pagamentos, que contabiliza todos os
dólares que entram e saem do
país. Ou seja, elas foram instituídas para atender a procura por
moeda estrangeira, pois se previa
uma queda no fluxo de capital externo para o país.
Caso o fluxo de investimentos
estrangeiros se mantenha razoavelmente estável de agora em
diante e a balança comercial continue apresentando bons resultados, o equilíbrio do balanço de
pagamentos poderá ser alcançado
sem as intervenções do BC.
Além disso, as intervenções do
BC são limitadas pelo tamanho
das reservas internacionais do
país, de onde saem os dólares que
são vendidos no mercado. As reservas líquidas (que não consideram o dinheiro emprestado pelo
FMI) do Brasil devem fechar o
ano em cerca de US$ 28 bilhões
-queda de US$ 3,5 bilhões em
relação a 2000.
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