São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2001

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Brasil recebe US$ 2 bi do exterior em novembro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil recebeu cerca de US$ 2 bilhões em investimento direto estrangeiro em novembro, segundo o Banco Central. O valor é 33% maior do que o apurado em outubro. Com esse resultado, o investimento externo no país neste ano chegou a US$ 18,6 bilhões.
A estimativa do BC é que o país receba, neste ano, um total de US$ 19 bilhões em investimento externo. O acumulado até novembro indica que essa previsão será superada, o que pode ajudar a puxar para baixo a cotação do dólar.
O ingresso de um grande volume de capital externo foi um dos motivos apontados por analistas para explicar por que o dólar recuou nas últimas semanas. Além disso, as intervenções diárias que o BC tem feito no mercado de câmbio também favoreceram a valorização do real.
A partir de julho, o BC começou a vender, diariamente, uma pequena quantia -US$ 50 milhões na maioria das vezes- de dólares ao mercado. Até ontem, US$ 5,6 bilhões já haviam sido gastos nessas intervenções diárias. A decisão foi tomada num momento em que o dólar começava a disparar. Um dia antes de a medida ter sido anunciada, a moeda norte-americana era cotada a R$ 2,39.
Agora, mesmo com o dólar negociado próximo a R$ 2,33, o BC mantém as intervenções diárias. Até o final do ano, o BC deve vender mais US$ 650 milhões.
Para o ano que vem, porém, essas vendas podem ser suspensas. Nos próximos dias, o BC deve anunciar como serão as intervenções no câmbio a partir do ano que vem. É possível que as vendas diárias de dólares sejam reduzidas ou até mesmo suspensas.
As intervenções diárias no câmbio têm o objetivo de auxiliar no equilíbrio do balanço de pagamentos, que contabiliza todos os dólares que entram e saem do país. Ou seja, elas foram instituídas para atender a procura por moeda estrangeira, pois se previa uma queda no fluxo de capital externo para o país.
Caso o fluxo de investimentos estrangeiros se mantenha razoavelmente estável de agora em diante e a balança comercial continue apresentando bons resultados, o equilíbrio do balanço de pagamentos poderá ser alcançado sem as intervenções do BC.
Além disso, as intervenções do BC são limitadas pelo tamanho das reservas internacionais do país, de onde saem os dólares que são vendidos no mercado. As reservas líquidas (que não consideram o dinheiro emprestado pelo FMI) do Brasil devem fechar o ano em cerca de US$ 28 bilhões -queda de US$ 3,5 bilhões em relação a 2000.


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