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TRABALHO
Nível de emprego se mantém estável em novembro, mas entidade atribui "melhora" a contratações de fim de ano
Emprego só cresce em 2004, prevê Fiesp
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O nível de emprego na indústria
paulista só deverá voltar a crescer
a partir de 2004. Mas isso desde
que em 2003 se consolide uma
reação da economia, o que faria o
próximo ano ""abrir espaço" para
a retomada de contratações.
Foi essa a avaliação apresentada
ontem pela Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo), com base no relatório do nível
de emprego de novembro.
No mês passado, o emprego na
indústria paulista recuou 0,05%,
percentual considerado estável,
depois de cinco meses seguidos
de queda. Foram fechados 818
postos de trabalho. Em outubro, a
variação negativa havia sido de
0,58% -menos 8.938 postos.
"A melhora em relação aos meses anteriores é inegável. Mas uma grande parte
desse resultado é temporário, ligado ao movimento de final de
ano. Não há nenhum caráter permanente", disse Clarice Messer,
diretora da Fiesp, para quem houve um deslocamento do nível de
atividade, que deveria ter começado a se intensificar em agosto e
setembro, para os meses de final
de ano, em virtude das incertezas
provocadas pelas eleições.
No acumulado de 2002, a indústria paulista registra queda de
3,94% no nível de emprego. Colocado em números absolutos significa a perda de 61.468 postos de
trabalho. Como a própria Fiesp
admite que uma ""mudança [para
melhor] será irrisória" em dezembro, 2002 deverá contabilizar
a maior queda de nível de emprego desde 1999. Naquele ano, foram fechadas 59.106 vagas.
"Em 2003, poderemos ter um
crescimento do PIB de 2%, 2,5%.
Significaria a atividade industrial
crescendo 2,5%, 3%. Esse desempenho gera emprego? Não. Para a
indústria voltar a contratar de forma contundente é preciso expansão no setor de 4%", disse Messer.
Sua avaliação coincide com a
feita dias atrás pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Os economistas da entidade
consideram que o primeiro semestre de 2003 será ""nervoso" e
que melhora do nível de emprego
(geral) somente em 2004.
Messer argumentou que as condições para a expansão da economia vão depender da credibilidade do novo governo. Insistiu nos
três itens que, segundo a Fiesp,
deverão ser determinantes para
""assegurar credibilidade": a condução correta das políticas fiscal e
monetária, além de uma reforma
tributária.
Dos 47 sindicatos patronais
consultados no mês passado, 19
informaram queda no nível de
emprego, em 20 houve mais contratações que demissões e em oito
se registrou estabilidade.
Destaques
Entre os destaques positivos está o de artefatos de papel/papelão
e cortiça: aumento de 3,28% no
nível de emprego -resultado da
alta nas vendas de final de ano.
O setor de bebidas surpreendeu,
mas de forma negativa: o nível de
emprego recuou 4,44%. ""Uma
das explicações pode ser a reação
do consumidor e do varejo ao aumento de preços", disse Messer, o
que teria afetado a produção, com
reflexos no emprego.
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