São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

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ANO DO DRAGÃO

Federação teme corrida e, como consequência, alta da inflação

Consumidor deve limitar compras, sugere comércio

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fecomércio/SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Abram Szajman, disse ontem que "o consumidor não pode se apressar para comprar porque tem medo de que a inflação vá subir mais". O conselho de cautela é dado nas vésperas do Natal (a melhor época do ano para vendas do varejo).
"Se o consumidor for para a loja, ele vai referendar um situação já bem complicada, de inflação bem elevada. Aí então, danou-se."
Ele quer dizer que, caso o consumidor parta para compras de impulso, há riscos de que exista maior demanda do que oferta e, logo, mais inflação.
De acordo com ele, a possibilidade de o consumidor retirar dinheiro da poupança e gastar -já que, na prática a inflação já está mesmo acima do rendimento da poupança- é algo sem sentido.
"Sabemos que o varejo está descapitalizado e precisa de recursos urgentemente, mas as coisas não podem acontecer no pânico", diz.
"É óbvio que uma compra agora, de impulso, não vai sustentar as vendas do comércio a longo prazo. E estamos preocupados com esse cenário futuro", diz Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomércio.

IPV bate recorde em SP
Se o IPV (Índice de Preços no Varejo) atingir a taxa de 25% neste ano, previsão apresentada ontem pela direção da Fecomércio, o índice deve bater o recorde desde o início do Plano Real, em 1995. E deverá ser o maior índice desde que a pesquisa começou a ser feita, nesse mesmo ano.
Essa elevação foi consequência da subida nos preços de produtos com insumos ligados ao dólar. A valorização da moeda encareceu essas mercadorias.
Até então, a maior taxa havia sido registrada em 1999 (19,295), ano em que também ocorreu forte desvalorização do real.
Ao contrário de outros indicadores de inflação, o IPV não contabiliza a subida no valor dos serviços, por exemplo, assim como no preço do aluguel. Ou seja, apenas entra nessa conta a elevação dos preços vendidos nas prateleiras das lojas. (ADRIANA MATTOS)


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