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ANO DO DRAGÃO
Federação teme corrida e, como consequência, alta da inflação
Consumidor deve limitar compras, sugere comércio
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Fecomércio/SP
(Federação do Comércio do Estado de São Paulo), Abram Szajman, disse ontem que "o consumidor não pode se apressar para
comprar porque tem medo de
que a inflação vá subir mais". O
conselho de cautela é dado nas
vésperas do Natal (a melhor época do ano para vendas do varejo).
"Se o consumidor for para a loja, ele vai referendar um situação
já bem complicada, de inflação
bem elevada. Aí então, danou-se."
Ele quer dizer que, caso o consumidor parta para compras de
impulso, há riscos de que exista
maior demanda do que oferta e,
logo, mais inflação.
De acordo com ele, a possibilidade de o consumidor retirar dinheiro da poupança e gastar -já
que, na prática a inflação já está
mesmo acima do rendimento da
poupança- é algo sem sentido.
"Sabemos que o varejo está descapitalizado e precisa de recursos
urgentemente, mas as coisas não
podem acontecer no pânico", diz.
"É óbvio que uma compra agora, de impulso, não vai sustentar
as vendas do comércio a longo
prazo. E estamos preocupados
com esse cenário futuro", diz Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomércio.
IPV bate recorde em SP
Se o IPV (Índice de Preços no
Varejo) atingir a taxa de 25% neste ano, previsão apresentada ontem pela direção da Fecomércio, o
índice deve bater o recorde desde
o início do Plano Real, em 1995. E
deverá ser o maior índice desde
que a pesquisa começou a ser feita, nesse mesmo ano.
Essa elevação foi consequência
da subida nos preços de produtos
com insumos ligados ao dólar. A
valorização da moeda encareceu
essas mercadorias.
Até então, a maior taxa havia sido registrada em 1999 (19,295),
ano em que também ocorreu forte desvalorização do real.
Ao contrário de outros indicadores de inflação, o IPV não contabiliza a subida no valor dos serviços, por exemplo, assim como
no preço do aluguel. Ou seja, apenas entra nessa conta a elevação
dos preços vendidos nas prateleiras das lojas.
(ADRIANA MATTOS)
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